Título depreciativo é de Micarla de Sousa, mas números revelam que governadora pode ultrapassá-la
A governadora Rosalba Ciarlini (DEM) está próxima de alcançar ou até mesmo superar uma marca considerada inimaginável em termos de administração pública no Rio Grande do Norte e até país: superar em reprovação a ex-prefeita natalense Micarla de Sousa (ex-PV). Duvida? Não duvide.
O Ibope ouviu 805 pessoas em Natal entre os dias 15 e 17 de outubro do ano passado. A pesquisa foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral sob o número TRE/RN: 00238/2012.
Rosalba e Micarla: colegas, aliadas e semelhantes
Ainda de acordo com o Ibope, 91% dos entrevistados classificam a administração da prefeita Micarla de Sousa ruim ou péssima. Isso mesmo: ruim ou péssima! Já 7% dos ouvidos avaliaram o governo municipal como regular. Para 1%, a administração é boa ou ótima. E 1% não sabe ou não respondeu.
Rosalba
No mesmo levantamento, 59% dos entrevistados disseram que o Governo Rosalba Ciarlini (DEM) era ruim ou péssimo. Outros 31% ressaltaram que a administração estadual regular; 8% disseram que é bom ou ótimo; e 3% não sabem ou não responderam.
A diretora nacional do Ibope, Márcia Cavallari, afirmou que a desaprovação da prefeita Micarla de Sousa (PV), que chegou a quase 92%, é recorde em toda história do instituto. Ela afirmou que nunca nenhum gestor havia alcançado tão índice em pesquisa feita pelo instituto.
“Não temos nenhuma pesquisa de avaliação de prefeitos pior do que a que verificamos na pesquisa de Natal”, disse Márcia.
O que os números da nova pesquisa do Instituto Consult revelam, numa parceria com a Band TV de Natal, divulgados ontem, é que o desempenho negativo de Rosalba pode rapidamente levá-la ao patamar alcançado por Micarla, sua aliada e a quem apoiou à prefeitura em 2010.
Micarla empalmou índices em torno de 90% de rejeição no final de 2011, terceiro ano de administração (veja boxe abaixo). Depois teve oscilações pequenas para baixo até ganhar a fama nacional como pior administradora do país em todos os tempos.
REPROVAÇÃO AO GOVERNO MICARLA EM PESQUISAS:
- Dezembro de 2011 – 90.20%
- Fevereiro de 2012 – 91,60%
- Março de 2012 – 88,60%
- Maio de 2012 – 87,80%
- Junho de 2012 – 92,3%.
Com Rosalba, os números começam a ser proporcionalmente mais “generosos”, do ponto de vista negativo. E como parece ser ainda mais desatinada que a ex-prefeita, nas relações institucionais e políticas, sem qualquer diálogo com a sociedade, o estrago pode ser bem maior adiante.
De outubro de 2011 para cá, a reprovação de Rosalba e seu Governo cresceu 24,45 pontos percentuais. Seu “desabamento” ocorre a uma média de 2,71% por mês. Se seguir nessa “pisada”, em mais quatro meses, a um ano de terminar sua administração, já terá empatado ou ultrapassado a colega Micarla em repulsa popular.
Como se avizinha uma debandada de apoios estratégicos do PMDB e PR (sempre eles) e recrudescimento das relações com outros poderes e servidores, não se pode esperar muita coisa de uma gestão que desembarcou na Governadoria prometendo “fazer acontecer”.
Rosalba não tem qualquer credibilidade perante a opinião pública e classe política. As promessas de mudanças, reconstrução e novos rumos para o Rio Grande do Norte se volatizaram dia após dia.
República de Mossoró
Bateu de frente com tudo e com todos. Não sobrou quase ninguém na “corte”, além daquela sua entourageda “República de Mossoró” e parasitas do poder, que estão sempre por perto – independentemente de quem seja o inquilino da Governadoria e Residência Oficial.
Só um milagre a garantirá até o final no cargo e um natural projeto de reeleição é tão sólido quanto sua palavra, que virou risco n´água.
Protestos de "Fora, Rosalba" não poupam sequer Mossoró
Para agravar sua vida, ainda responde a processo na esfera eleitoral, por sua intensa intervenção na campanha municipal de Mossoró no ano passado. Pode se tornar inelegível em 2012 e por oito anos, caso seja condenada.
Enfim, não é fácil o presente e o futuro de Rosalba. Micarla sabe bem o que é isso.
Em meio ao seu estresse, a governadora deve se lembrar de uma antiga propaganda que virou bordão na política: “Eu sou você amanhã!” Era o tal do “Efeito Orloff.”