As mães negras brasileiras perdem mais seus filhos, quase 100%, nas operações policiais. Elas não têm o que comemorar neste domingo (9/5), Dia das Mães.
Um estudo da Rede de Observatórios de Segurança Pública, divulgado dezembro do ano passado, mostrou que 86% dos mortos em operações policiais no Rio de Janeiro são pretos.
Em dezembro de 2020, um relatório revelou que a violência policial e que bala não erravam o alvo: 100% das vítimas nas operações policiais eram pretos na Bahia.
Nesta semana do Dia das Mães, no Rio, a polícia confirmou seu alvo preferencial ao chacinar mais 28 pretos na favela do Jacarezinho, Zona Norte da capital fluminense.
As mães pretas deste Brasil não tem o que comemorar no dia de hoje. É muito arriscado ser mãe de cor neste País.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que 54% da população brasileira é preta.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), em 2016, já mostrava que mulheres brancas recebiam 70% a mais que mulheres pretas, o que deve ter se agravado com o desemprego do governo Jair Bolsonaro e na pandemia.
A maternidade, em um quadro de depressão econômica, acaba sendo um fator negativo para a mães. Mas a questão da cor pesa mais na hora de conseguir um trabalho.
As mães pretas são as que mais sofrem preconceitos e perdas, inclusive seus filhos, para a violência provocada pelo Estado –ou pela ação ou pela omissão.
O Blog do Esmael é solidário com tidas as mães pretas deste Brasil. Que seus filhos não tombem na luta pela sobrevivência, contra a exclusão, pela igualdade de cor e de oportunidades.