segunda-feira, 5 de julho de 2021

Para Barroso, o voto impresso é um ‘risco para processo eleitoral’

 

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso. Foto: Agência Brasil

O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), voltou a argumentar contra a implementação do voto impresso no País, tema que virou bandeira do presidente Jair Bolsonaro. Barroso apresentou como argumento contra o sistema a logística envolvendo o transporte dos votos “no País do roubo de carga”, além da dificuldade de implementação da modalidade. Citou também o risco de judicialização devido a possíveis divergências em uma recontagem. Para Barroso, o voto impresso não é mecanismo a mais de auditoria, “ele é um risco para o processo eleitoral”.

“Qual a razão pela qual o TSE tem se empenhado contrariamente ao voto impresso? É que nós vamos ter que transportar 150 milhões de votos no País do roubo de carga, da milícia, do Comando Vermelho, do PCC, do Amigos do Norte, já há aí um primeiro problema”, argumentou.

Barroso, que destacou a segurança das urnas eletrônicas, também reforçou que o sistema com voto impresso só presta para recontagem manual, o que, segundo ele, seria um “terror”. “Se o candidato a presidente da República pedir recontagem, nós vamos ter 150 milhões de votos contados manualmente, aquelas mesas apuradoras que faziam o terror da vida brasileira antes das urnas eletrônicas”, disse.

Para o ministro, a única forma de implementar o sistema seria através de mecanismo de contagem automática, coisa que, segundo ele, já não é mais possível fazer a tempo para a próxima eleição. E mesmo com esse sistema, Barroso afirma ser um paradoxo implementar o passo extra de verificação. “O voto impresso seria imprimido pela mesma urna que estaria sob suspeita, portanto, se fraudar o eletrônico, frauda o impresso. Vamos gastar R$ 2 bilhões de reais, criamos um inferno administrativo para essa licitação, com o risco de fraude, e pior, quebra de sigilo”, afirmou.

O presidente do TSE também apontou como um dos riscos da implementação do sistema a judicialização das eleições. “A contagem manual vai dar diferença em relação à contagem eletrônica. Até caixa de banco ou caixa de empresa no final do dia você tem que fazer uma reconciliação, e aí vão pedir anulação de urna para dizer que deu defasagem, deu desencontro, nesse País em que se judicializa tudo, vai se judicializar também a eleição”, concluiu o ministro.

Em meio aos escândalos do governo envolvendo a compra de vacinas, o presidente Bolsonaro, de olho nas eleições de 2022, tem colocado em xeque a segurança das urnas eletrônicas. Para o chefe do Executivo, haveria uma articulação dentro do STF para colocar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de volta ao poder por meio de fraude.

Sem apresentar provas, Bolsonaro tem feito a afirmação contra a segurança do processo eleitoral para seus apoiadores. Em uma de suas conversas com seus eleitores, na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro chegou a sugerir que fará uma live com hackers demonstrando as possíveis fragilidades do sistema.

Barroso também argumentou contra a possibilidade de um hacker prejudicar o sistema eleitoral. “As urnas não entram em rede”, afirmou o ministro. “As pessoas dizem: ‘mas atacam a Nasa, atacam o FBI, atacam o Pentágono, porque não vão atacar o TSE?’. Até atacam, mas mesmo que ataquem o TSE, mesmo que derrubem o sistema do TSE – o que nunca aconteceu – as urnas não entram em rede, e, portanto, não há como fraudar o resultado eleitoral”, pontuou.

Foto: Estadão

Petrobras anuncia novo aumento para gasolina, diesel e gás de cozinha a partir desta terça (6)

Gasolina ficará mais cara a partir desta terça-feira (6) – Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

A Petrobras informou nesta segunda-feira (5) que vai reajustar o preço dos combustíveis a partir desta terça-feira (6). É o primeiro aumento realizado na gestão do general Joaquim Silva e Luna.

Os preços médios de venda de gasolina e diesel da Petrobras para as distribuidoras passarão a ser de R$ 2,69 e R$ 2,81 por litro, o que significa reajustes médios de R$ 0,16 (6,3%) e R$ 0,10 por litro (3,7%), respectivamente.

A estatal também anunciou que o preço médio de venda de gás liquefeito de petróleo (GLP) para as distribuidoras passará a ser de R$ 3,60 por kg, um aumento médio de R$ 0,20 (5,8%) por kg.

“Importante reforçar o posicionamento da Petrobras que busca evitar o repasse imediato para os preços internos da volatilidade externa causada por eventos conjunturais”, informou a estatal em nota.

“Os preços praticados pela Petrobras seguem buscando o equilíbrio com o mercado internacional e acompanham as variações do valor dos produtos e da taxa de câmbio, para cima e para baixo.”

Em junho, a Petrobras reduziu o preço da gasolina em 2%, mas manteve o do diesel.

O repasse dos reajustes nas refinarias aos consumidores finais nos postos não é garantido, e depende de uma série de questões, como margem da distribuição e revenda, impostos e adição obrigatória de etanol anidro e biodiesel.

Em abril, o general Joaquim Silva e Luna assumiu o comando da estatal depois que o presidente Jair Bolsonaro fez uma série de críticas aos reajustes de preços de combustíveis praticados na gestão de Roberto Castello Branco.

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