Última unidade de produção funcionava em Nova Cruz, no interior, e tinha 375 funcionários.
Por Kleber Teixeira, Inter TV Cabugi
A Alpargatas S.A. fechou a sua última fábrica no Rio Grande do Norte. A
unidade de produção ficava na cidade de Nova Cruz, a 116 quilômetros de
Natal, e tinha 375 funcionários contratados.
No dia do anúncio do fechamento do posto de costura, na quinta-feira
(31), os funcionários trabalharam normalmente. No fim do expediente
chegou o comunicado que surpreendeu as mais de 300 pessoas demitidas, a
maioria de Nova Cruz. Desde o dia seguinte, eles assistem a caminhões
entrarem e saírem do galpão onde trabalhavam, recolhendo equipamentos.
O operador de costura João Marcos Lima, há dezoito anos na empresa,
disse que a cidade vai viver um drama na economia com o fim das
atividades, por conta do dinheiro que vai deixar de circular.
Desde 2008 a empresa vem fechando unidades no Rio Grande do Norte, nas
cidades de São Paulo do Potengi, Santo Antônio e Natal. A fábrica de
Nova Cruz foi a quarta e última unidade de produção da Alpargatas que
teve as atividades encerradas no estado.
As quatro fábricas fechadas deixaram de empregar cerca de três mil
pessoas. Depois de vinte anos funcionando. O secretário geral do
Sindicado dos Trabalhadores das Indústrias do Calçados do RN, Marcones
Marinho da Silva, avalia que o Rio Grande do Norte está perdendo espaço
para estados vizinhos, como Paraíba e Ceará, que têm atraídos empresas
com benefícios fiscais.
A empresa divulgou uma nota em que explica o que motivou o fim da
produção no estado potiguar. A Alpargatas esclarece que os maiores
desafios são otimizar a produção e a falta de incentivos fiscais. A
crise financeira também teria pesado na decisão de fechar o negócio.
O prefeito de Nova Cruz, Targino Pereira, disse que não foi avisado do
fechamento, e que o Município não tem como dar incentivos ficais, porque
não cobra imposto a Alpargatas. Segundo ele, recebe apenas uma taxa
pela licença de funcionamento da fábrica no prédio que já foi cedido
pela Prefeitura. FONTE, //g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/