Mesmo com a Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn) posicionando-se a favor do reajuste do ICMS previsto em projeto de lei em tramitação na Assembleia Legislativa, uma parte dos 167 prefeitos é, declaradamente, contra o aumento da carga tributária em função do que isso possa sufocar a economia estadual, como é o exemplo do prefeito de Nísia Floresta, Daniel Marinho, que diz ser “realmente contra a manutenção dessa alíquota de 20%”.
Daniel Marinho defende a entrada em vigor da alíquota de 18% a partir de janeiro de 2024, porque “assim o Rio Grande do Norte tem a oportunidade finalmente de ser competitivo no Nordeste, já que os estados vizinhos mantiveram a líquida de 20% e era uma oportunidade que nós tínhamos de atrair investimentos e empreendedores por ter uma carga tributária menor”.
Para Marinho, a manutenção dos 20% de ICMS “termina atingindo, principalmente, a população mais humilde que compra cesta básica, que tem a sua moto para abastecer de combustível, quem sofre mais, é o mais humilde”.
Marinho reforça que “é um entusiasta de que baixando a alíquota do imposto, o comércio vai girar mais e a arrecadação pode até aumentar pelo volume de negócios, enquanto a manutenção da alíquota mais alta diminui, freia a economia, freia a circulação de mercadoria e de certa forma não permite o incremento de negócios, o comércio e aquecendo a economia a arrecadação ela aumenta naturalmente. Essa é a minha teoria”.
O prefeito de São Tomé, Anteomar Pereira, o “Babá”, voltou a se posicionar contra o aumento da alíquota de ICMS “por duas questões básicas, primeiro, não vai adiantar em nada em relação a crescimento de receita para o Rio Grande do Norte, governo já havia aprovado o aumento no fim do ano passado, pra valer no começo deste ano de 18% para 20% e não resolveu o problema das contas públicas, pelo contrário, continuou pior”.
Anteomar Pereira presidiu a Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte até 2022 e acha que “hoje temos um Estado inoperante que não consegue manter as suas estradas, um das piores estradas do país, não consegue entregar uma saúde de boa qualidade para a população do Rio Grande do Norte”.
“Babá” afirmou que o paciente que precisar de uma cirurgia eletiva ou um simples exame, não consegue, citando ainda que o Estado tem uma das piores educação do país. “Os índices mostram isso, nós temos também uma problema grave de insegurança, enfim, no Estado, nada funciona, então não vai resolver nada, e outra coisa, e também eu, enquanto prefeito, eu defendo as pessoas do meu município, então quem vai pagar a conta no final são as pessoas mais simples, mais humildes de São Tomé e do Rio Grande do Norte”.
Além de mais os comerciantes, segundo “Babá”, “não suportam mais, também, essa carga tributária, no Alecrim e na Cidade Alta, lojas todos fechadas, sem movimentação, porque houve um aumento muito grande do ICMS”.
O prefeito de São Tomé afirma “não acreditar que aumentando impostos, aumenta também a receita, então por isso sou totalmente contra esse aumento de impostos”.
Já o prefeito de São José do Mipibu, José Figueiredo, resumiu que também “é contra o aumento do ICMS, pois nosso povo não pode pagar a conta da falta de equilíbrio financeiro do governo do Estado”.
“Aliado a isso, o fato que nosso RN, diga-se de passagem não oferta sequer serviços básicos eficientes e de qualidade, como vemos nos nossos estados vizinhos, como Paraíba e Ceará”, continuou figueiredo, que reforçou: “Somos terminantemente contra os 20% de cobrança de ICMS”.
fonte; Tribuna do Norte