Chefe do Gabinete Civil, Raimundo Alves e Fátima Bezerra – Foto: Reprodução
O secretário-chefe do Gabinete Civil, Raimundo Alves, afirmou que a governadora Fátima Bezerra quer o ex-prefeito Carlos Eduardo (PDT) candidato ao Senado na composição na qual ela vai concorrer à reeleição. Raimundo Alves disse que o objetivo da governadora é o ex-prefeito ser confirmado na candidatura a senador na coligação que deverá ter o PT e o PDT na chapa majoritária.
“O meu objetivo e o da governadora é trazer Carlos Eduardo para ser candidato ao Senado, sim”, disse Raimundo Alves, ontem, durante entrevista à rádio 96 FM. Ele acrescentou que prosseguem as conversas com o MDB para que o partido esteja nesta aliança.
Raimundo afirmou que apesar do objetivo de contar com o ex-prefeito de Natal na chapa como senador, a decisão cabe às instâncias partidárias. “Essa é uma decisão que vai passar, ainda, pelo conjunto dos partidos”, destacou.
Ele disse, por exemplo, que já vinha conversando com o presidente estadual do PDT antes mesmo do encontro que Carlos Eduardo teve com o vice-governador Antenor Roberto (PC do B) a respeito de uma eventual candidatura dele a senador da República, de maneira que no dia 6, o próprio ex-prefeito informava a Tribuna do Norte, que “era possível uma aliança com a governadora Fátima Bezerra”.
“Conversas já admiti diversas vezes com o PDT e MDB, que na verdade quem iniciou foi o ex-presidente Lula quando aqui esteve”, comentou.
Raimundo Alves justificou que o diálogo com Carlos Eduardo, em primeiro lugar, são por afinidades partidárias, porque o PDT “historicamente tem feito alianças com o PT e em virtude da identidade ideológica”, embora nesta pré-campanha os pedetistas tenha um nome para a Presidência, o ex-governador Ciro Gomes, que tem feito críticas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que pretende concorrer ao Palácio do Planalto.
O auxiliar da governadora também citou o líder revolucionário russo Lenin para justificar o pragmatismo de uma aliança com o PDT, mesmo que se abra mão de uma candidatura de reeleição do senador Jean Paul Prates (PT): “O pragmatismo não pode ser condenado, o Lenin no livro que escreveu que ‘A doença infantil do esquerdismo’, fala que as táticas eleitorais para se alcançar os objetivos, elas são justificáveis, elas devem ser aplicadas”.
Segundo Alves, essa aliança com o PDT “é pra isso”, tem esse pragmatismo, porque se precisa vencer essa eleição. “A gente faz política para mudar a vida das pessoas e para mudar a vida das pessoas, a gente precisa ganhar a eleição”, argumentou.
Para ele, “não é nada de esdrúxulo fazer uma aliança com o PDT, porque ela guarda uma identidade ideológica e que tem um objetivo claro – vencer as eleições, ajudar na governabilidade de um segundo governo Fátima Bezerra e guarda identidade nacional”.
O fato de Carlos Eduardo ser filiado a um partido que pode ter um candidato a presidente – Ciro Gomes – numa disputa com o ex-presidente Lula, na opinião do chefe do Gabinete Civil não atrapalharia o discurso ou traz constrangimento ao palanque eleitoral da situação.
“Não gosto de falar dessas coisas, que pode parecer eu estar menosprezando uma candidatura, por exemplo, de Ciro
Gomes, que não é uma coisa qualquer, mas numa eleição majoritária se faz, principalmente, para primeiro e segundo turno, e essa pergunta para quem Carlos Eduardo vai pedir voto, tem de ser feita a ele, evidentemente”, disse Alves.
No entanto, o chefe do Gabinete Civil disse que vai pedir voto para Lula, assim como Fátima Bezerra. “E sei que Lula vindo aqui, Carlos Eduardo estando candidato a senador, Lula vai pedir voto para Carlos Eduardo também”.
A respeito de uma possível pré-candidatura do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ezequiel Ferreira (PSDB), a senador, o secretário disse que o parlamentar decidiu apoiar a pré-candidatura do ministro Rogério Marinho (Desenvolvimento Econômico), “uma vez que ele apoia outro pré-candidato, não é pré-candidato a senador”.
Ele admitiu que vinha conversando com Ezequiel Ferreira a respeito de chapas majoritárias, mas adiantou que “não inicia conversas fechando chapa, começa fazendo especulações e as vantagens”.
Com relação a Jean Paul, ele disse que o senador “era o candidato dos sonhos de todo petista, mas em um cenário em que fosse possível fazer uma discussão sozinho”, por isso não é o momento de fazer uma chapa puro-sangue.
Tribuna do Norte