O Rio Grande do Norte tem aproximadamente 13 mil pacientes na fila por uma cirurgia eletiva na rede pública do estado. O levantamento é da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), que aponta a pandemia como fator do agravamento, já que muitas cirurgias foram suspensas no ano passado e no início deste ano por causa da necessidade de direcionar leitos de UTI para o tratamento da Covid.
É uma situação difícil e dolorosa de quem espera sem saber quando chegará a vez de fazer a cirurgia, como no caso de pacientes que aguardam há anos para a retirada de hérnias e veem o problema de saúde piorar por causa dessa demora.
O autônomo Franciélio Medeiros está internado porque parte do intestino parou de funcionar, consequência de dois anos de esperar por uma cirurgia para retirada de uma hérnia.
“Fiz uma tomografia e os médicos falaram que o intestino está um pouco obstruído. Por isso estou sentindo muita dor e estou aqui para realizar essa cirurgia”, falou. “Entrei na fila em 2019. Fui obrigado a me internar agora por causa de complicações”, completou.
A dona de casa Jeruza Alves Martins não tem conseguido dormir com as dores na barriga. Ela também aguarda há dois anos pela retirada de uma hérnia.
“Minha hérnia incomoda muito. Tem dia que não consigo dormir na rede, e vou para a cama. tem dia que eu coloco a cinta, e não dá certo. Incomoda demais. Tenho muita vontade de fazer essa cirurgia”, contou.
A Sesap não tem previsão de quando estes procedimentos irão ser realizados. O órgão reforçou que a pandemia gerou uma demanda reprimida por causa da suspensão de cirurgias no último ano, mas informou que novos contratos assinados há duas semanas permitirão a realização de 1.500 cirurgias por mês, a partir de agora.
G1RN