Dono
da varejista Havan, Luciano Hang ficou conhecido por seu apoio
contundente a Bolsonaro, a quem doou R$ 1 milhão para a última campanha
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O empresário Luciano Hang, 62 anos, é conhecido pelo êxito no ramo dos negócios e por ser um dos principais apoiadores públicos de Bolsonaro, a quem doou R$ 1 milhão para a última campanha à Presidência.
Nos últimos dias, porém, o autointitulado “Véio da Havan” demonstrou
insatisfação com o ex-presidente, a quem dirigiu críticas.
Em
conversas reservadas, Luciano Hang adotou tom de desabafo ao se referir
a Bolsonaro. O empresário disse que o ex-presidente pensaria primeiro
nele próprio e na família, deixando aliados relevantes em segundo plano.
Para Hang, exemplo disso seria a escolha de um dos filhos para disputar
a Presidência — atualmente inelegível, Bolsonaro estuda lançar Eduardo
ou Flávio em 2026.
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A pessoas próximas, Luciano Hang opinou que Bolsonaro deveria apoiar
ao Planalto um nome conservador de fora da família. Um dos mencionados é
Ratinho Júnior (PSD), governador do Paraná reeleito com 69% dos votos. O
grupo de Bolsonaro, por sua vez, costuma sustentar que o ex-presidente
já amargou múltiplas traições na política e que, por isso, o fator DNA
ganhou importância.
Luciano Hang também afirmou a aliados ter “dado o sangue” por
Bolsonaro, que, contudo, teria se mostrado ausente nos últimos meses. Em
2021, o midiático empresário chegou a ser alvo da CPI da Covid e foi
indiciado por “incitação ao crime” em relatório produzido pelo senador
Renan Calheiros (MDB), aliado de Lula. Não houve consequências na esfera
judicial.
Inicialmente, o burburinho provocado com o grito fez circular a versão
de que o sujeito chegara a ser “detido” pelo GSI. O Planalto confirmou o
incidente, mas negou ter tomado qualquer medida contra o manifestante.
De acordo com o GSI, seguranças que estavam no local questionaram o
homem sobre “algum problema” que o tivesse levado a interromper o
discurso do presidente. O órgão afirma que não foi necessário conduzi-lo
para fora do evento porque ele próprio, “constrangido”, teria se
retirado do centro de convenções. Não se sabe se o manifestante era
prefeito ou assessor de um dos políticos presentes.
No momento da interrupção, Lula falava sobre a relação do governo com
gestores de partidos de oposição. “Enquanto eu for presidente da
República, nenhum prefeito e nenhuma prefeita será discriminado por não
ser do meu partido. Não será discriminado porque não votou em mim. Não
será discriminado porque falou mal de ministro. Todos têm direito,
porque todos são eleitos e todos representam o povo”, disse Lula.
“E nós sabemos que, no Brasil, isso sempre aconteceu. Nós sabemos
como a oposição era tratada neste país. E não faz muito tempo. Muitos
governadores passaram quatro anos no governo e não foram recebidos pelo
presidente da República. E muito menos o presidente da República visitou
a prefeitura para conversar com o prefeito”, continuou.
Nesse momento, quando o presidente fez uma pausa para beber água, o
homem se manifestou da plateia com o grito de “mentiroso”. Lula não
respondeu e continuou o discurso.fonte; https://www.metropoles.com/