O bebê prematuro tem uma demanda de atenção maior devido aos riscos de não estar pronto para viver fora do útero. Para estimular o desenvolvimento e aumentar a qualidade do tratamento, a equipe do Hospital da Polícia Militar General Edson Ramalho (HPMGER) tem projetos de humanização que tornaram a maternidade referência no estado. São 15 projetos ao todo, destinados às mães e aos bebês.
Assim que o neném nasce, é feita uma impressão palmar e plantar. Esse é o primeiro registro que entra na Latinha de Sentimentos, projeto que reúne as pequenas conquistas do pequeno, todo o empenho da equipe médica e toda a torcida da mãe para a alta do filho. A latinha recebe registros como quando a mãe tocou e colocou o filho no colo pela primeira vez, uma mecha de cabelo, um chaveiro, a medalha de quando o bebê ganhou seu primeiro quilo.
“Aqui vai um sentimento, uma luta, uma história, o tempo de internamento, quantas coisas um bebê de 700 gramas já passou. São histórias de luta, de perseverança”, explicou a coordenadora da enfermagem da Unidade de Terapia Intensiva (UTIN) do HPMGER, sargento Laura Diniz.
Nesta quinta-feira (8), Ryanna Vitória, uma pequena paciente da UTIN, completou 1,35 kg. Ela nasceu prematura, no dia 30 de maio, em um parto bastante complicado no sétimo mês de gravidez. “Felicidade me define”, disse Raquel lembrando que a filha nasceu com 704 gramas. Segundo ela, esse ganho de peso é um momento muito esperado para as mães de crianças prematuras.
Projetos de destaque
Um projeto de destaque realizado no hospital é a musicoterapia. Durante 1h do dia, as luzes são diminuídas e os bebês dormem ao som de uma música relaxante. Junto a esse, também é realizado a redeterapia que consiste em colocar os bebês em uma rede que vai simular a sensação de estar de volta no útero. “As crianças ficam bem relaxadas e se sentem acolhidas”, explicou a sargento Laura. Assim como as redes, os ninhos de lençóis tem a mesma função: dar a ilusão de ainda estar no útero.
A sargento Laura conta que a gestação dura nove meses por conta de questões evolutivas, mas deveria durar doze. “Então os bebês são muito sensíveis nos três primeiros meses. Qualquer toque diferente pode estressar”, informou a enfermeira para explicar o motivo de tantas ações de simulação de útero.
Para evitar o estresse, também é realizado o ‘cuidado mínimo’ que tem como objetivo mexer o mínimo possível no paciente. Por isso, as checagens são feitas no mesmo momento que é trocada a frauda e que o bebê é alimentado. “A única exceção é quando acontece alguma intercorrência, claro”, informou a sargento.
Até a escolha dos acessos sanguíneos é pensada no bem-estar dos pequenos pacientes. Além disso, todos os procedimentos são realizados em dupla para evitar qualquer tido de falha. “A segurança do paciente é a nossa prioridade. Nada é feito de forma empírica. Tudo tem base científica”, garantiu Laura.
Atenção às mães
A atenção e humanização não são restritas aos bebês. A sargento Laura conta que, quando o neném precisa ficar na UTI, a mãe não pode amamentar nos primeiros dias. Isso acaba atrapalhando a produção do leite. Para ajudar, a equipe do Edson Ramalho pega uma frauda de pano que ficou o dia inteiro com o bebê e entrega para a mãe sentir o cheiro. Isso estimula a produção do leite.
As mães ainda participam de roda de conversas com a equipe multidisciplinar onde conhecem os 17 plantonistas e a função de cada um deles. Elas são orientadas na melhor forma de tocar e manusear o filho para gerar conforto e estreitar os laços.
Para as mães que moram no interior e não teriam onde ficar durante a
internação do filho, o Hospital Edson Ramalho oferece a Casa das Mães. É
um abrigo onde elas são acolhidas, tem uma cama segura para dormir e
comida saudável para comer. fonte, https://www.resumopb.com/