O Estado do Rio de Janeiro é o primeiro a aceitar negociar uma
redução da alíquota de ICMS para ajudar na diminuição do preço dos
combustíveis, mas quer que outros setores que influenciam na formação do
valor na bomba também deem a sua contribuição, disse o governador
Cláudio Castro (PL).
O Rio tem o maior ICMS do país, de cerca de 34%, e no Estado a gasolina já é vendida a 7 reais o litro em alguns postos.
“Todo mundo que abastece vê que está caro. Vamos reduzir imposto?
Vamos reduzir, mas desde que seja proporcionalmente igual para todo
mundo. Eu tiro dois, três por cento, as prefeituras também, o governo
federal também. O que quero é garantir que vai chegar na ponta para
consumidor”, disse Castro a jornalistas, durante evento no Rio.
Ele lembrou ainda que o tributo é importante para as contas do Estado.
“O ICMS é 15 por cento da minha arrecadação. Não posso abrir mão de
tudo, temos que conversar. Não dá para dizer que só os Estados têm que
reduzir, tem que tirar imposto local, federal. Vamos ter que negociar”,
adicionou ele.
Na sexta-feira passada, a Petrobras iniciou uma campanha de
esclarecimento sobre a composição dos preços finais nas bombas e apontou
o ICMS como um dos principais responsáveis pelo valor final, em linha
com discurso do presidente Jair Bolsonaro.
Mais cedo, em uma cerimônia com o ministro de Minas e Energia, Bento
Albuquerque, e o presidente da Petrobras, Joaquim Silva Luna, Castro foi
ainda mais contundente.
“Não é hora de dizer que a culpa é da Petrobras, do governo, de um ou
outro. A gente tem que sentar junto e ver como cada um abre mão um
pouco e ver como diminui o preço, porque quem tem que ganhar é a
população, sociedade e cadeia produtiva”, afirmou.
“Ninguém tem que fazer narrativa por imprensa para jogar culpa de um
para o outro, a culpa é de todos nós. Não são só os 34 por cento que vão
fazer o preço chegar a 7 reais, mas também não é só o preço que sai da
Petrobras. Temos que fazer uma reanálise para que a gente chegue a uma
fórmula mais justa”.
(Por Rodrigo Viga Gaier)