A previsão para conclusão das obras nos 16,6 quilômetros de extensão da via pública ficou para este ano, de acordo com Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit). No entanto, o “Plano de 100 Dias” anunciado pelo Ministério dos Transportes com orçamento de R$ 1,7 bilhão para aplicação em rodovias, pontes e viadutos até abril não contempla o Rio Grande do Norte. A TN procurou o Dnit, mas o superintendente estadual Eider Rocha está de férias. A representação nacional do órgão também foi acionada, mas não houve resposta até o fechamento desta edição.
A lentidão na obra é criticada por motoristas. Prestes a completar uma década do início das intervenções, moradores e motoristas que passam pela região temem que a obra sofra novos atrasos. “A verdade é que agora do jeito que estão as coisas a gente perde até as esperanças”, diz o agricultor Wagner Ranier. “Faz tempo que a gente escuta que vão terminar essa obra e daqui a pouco faz dez anos e não termina. Até que nos últimos anos andou, mas infelizmente agora parou de novo e a gente não sabe quando é que termina porque precisa da vontade política também. É complicado”, complementa o trabalhador.
Para quem passa diariamente pelo trecho, o desafio é “exercitar a paciência”, diz o motorista de lotação Clóvis Soares. Ele faz viagens na linha Natal/Macaíba/Mossoró e afirma que o tempo na estrada mais que triplica no trecho. “Por exemplo, um percurso ali para chegar no último retorno levaria coisa de 10 minutos, mas assim a gente gasta mais de 30 minutos, 40 minutos. Em horário de pico isso aqui fica sem condições de passar porque fica muito engarrafamento, muitos caminhões com carga para outros cantos e fica impraticável”, reclama.
O cobrador Márcio Valcena diz que além da demora no trânsito, os gastos com manutenção e combustível acabam subindo. “É muita perda de tempo para todo mundo que precisa passar por aqui. O asfalto inacabado, as obras que não terminam nunca e isso tudo prejudica porque a gente gasta mais com gasolina porque fica parando, com manutenção porque desgasta o veículo. Sem falar que aqui fica praticamente impossível no fim de semana, tudo travado na sexta-feira de tarde e na segunda pela manhã porque muita gente viaja para o interior”, comenta.
Com quase 17 quilômetros de extensão, a Reta Tabajara começa entre o entroncamento das BRs-304 e 226, que é o início propriamente dito (trecho que divide veículos que vão à Natal/Currais Novos e Natal/Mossoró) à rotatória de Macaíba (trevo de Macaíba, após a passarela estaiada). É considerada uma das principais rotas de escoamento da produção potiguar e interligação entre o Porto de Natal, Aeroporto Internacional Aluízio Alves e a conexão entre a capital do Estado e a região Oeste, em especial Mossoró, próximo a Fortaleza.
O custo final para as obras é estimado em R$ 349 milhões. As obras chegaram a ser paralisadas em várias ocasiões, ora por falta de recursos, ora por suspeita de superfaturamento, pendências que foram resolvidas, segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit). Em agosto passado, o departamento garantiu que a conclusão da duplicação da Reta Tabajara ocorrerá neste ano. São necessários R$ 50 milhões para finalização do serviço.
“Até o momento, foram investidos aproximadamente R$ 230 milhões, incluindo gastos com supervisão ambiental, supervisão de obra, desapropriações e a execução da obra”, explicou o Dnit em agosto passado. Os recursos necessários para a finalização da duplicação – que segundo o Departamento estão assegurados – são R$ 50 milhões. Além disso, são necessários R$ 150 milhões para a implantação das vias marginais do trecho já duplicado, entre os municípios de Parnamirim e Macaíba.
A obra vai beneficiar diretamente 1,5 milhão de habitantes dos municípios de Natal, Macaíba, Parnamirim e São Gonçalo do Amarante. A duplicação da Reta Tabajara vai diminuir o número de acidentes na rodovia federal ao facilitar o fluxo de 50 mil veículos que trafegam todos os dias pelo local. A BR-304 é uma Rodovia Federal Diagonal, com 418 km de extensão, iniciando na cidade de Natal e seguindo até a divisa com o Estado do Ceará, conectando-se, naquele Estado, à rodovia BR-116, via de acesso à cidade de Fortaleza.
O segmento entre os quilômetros 281,0 e 308,0, conhecido como Reta Tabajara, constitui uma das principais obras de mobilidade urbana da Grande Natal. A duplicação vai proporcionar maior segurança e facilidades da trafegabilidade, na medida em que permitirá o deslocamento em duas faixas, evitando a necessidade de ultrapassagens pela contramão.