O Instituto de Medicina Tropical (IMT) da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN) identificou a variante delta do novo coronavírus
em duas amostras coletadas no dia 8 de agosto em Natal, no Rio Grande
do Norte. O resultado final do sequenciamento foi finalizado na última
segunda-feira, 23, quando foi possível confirmar a presença dessa
variante no Estado. De acordo com a diretora do IMT, Selma Jerônimo, a
identificação de variantes é frequente, em virtude da fácil mutação do
RNA do vírus, motivo pelo qual as pessoas devem manter os cuidados na
prevenção e tomar a vacina contra a covid-19. “A diminuição da presença
do vírus entre as pessoas é via de controlar o surgimento de novas
variantes”, afirma.
A variante delta do novo coronavírus atualmente é a prevalente nos
Estados Unidos e no Reino Unido. No Brasil, já foi encontrada em outros
estados, entre eles Rio de Janeiro, Ceará e Pernambuco. A identificação
da variante foi realizada por meio do sequenciamento das amostras
coletadas, trabalho desenvolvido pelo IMT/UFRN com recursos de projeto
de pesquisa e colaboração do laboratório Getúlio Sales Diagnósticos.
Atualmente, a unidade sequenciou e está analisando 64 genomas do
SARS-CoV-2 provenientes de amostras do Rio Grande do Norte.
A análise é feita por pesquisadores e pós-graduandos do IMT, que
atuam desde o início da pandemia no combate à covid-19. A UFRN já
realizou 160 mil testes PCR, sendo 148 mil pelo IMT e 12 mil pela
Faculdade de Ciências da Saúde (Facisa), além de 13 mil testes
sorológicos. O IMT também realiza um estudo de soroprevalência em
parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Natal (SMS), para
avaliar a quantidade de pessoas com resposta de defesa ao vírus, entre
vacinadas e as que tiveram infecção natural pela covid-19.
“No estudo inicial, observamos que 72% dos participantes da pesquisa
têm anticorpos contra o SARS-CoV-2. Esses resultados mostram a
necessidade de vigilância contínua para minimizar os riscos de
contaminação, a partir da colaboração de todos os cidadãos na luta
contra o vírus”, alerta Selma Jerônimo.