Pesquisa da agência de saúde pública da Inglaterra constatou que ambas conseguiram evitar casos sintomáticos de Covid-19. As duas vacinas estão sendo usadas no Brasil. Artigo ainda não passou por revisão de outros cientistas e nem foi publicado em revista científica.
As vacinas da Pfizer/BioNTech e de AstraZeneca/Oxford são “altamente efetivas” contra uma das variantes indianas do coronavírus, diz um estudo da agência de saúde pública da Inglaterra divulgado na noite de sábado (22). O artigo ainda não passou por revisão de outros cientistas e nem foi publicado em revista científica.
A pesquisa, feita entre 5 de abril e 16 de maio, mediu o quanto cada vacina conseguiu reduzir casos sintomáticos de Covid-19 causados pela variante britânica (B.1.1.7) e por uma das variantes indianas (B.1.617.2, uma sub-linhagem da B.1.617).
Os números constatados são os de efetividade, ou seja: o impacto real da vacina na população. A efetividade mede o quanto a vacina consegue reduzir os casos de uma doença na vida real.
Veja as principais conclusões:
– A vacina da Pfizer/BioNTech teve uma efetividade de 88% contra casos sintomáticos de Covid-19 causados pela variante indiana (B.1.617.2) duas semanas após a segunda dose. Em relação à variante britânica (B.1.1.7), a efetividade foi um pouco maior: 93%.
– A vacina de Oxford/AstraZeneca teve 60% de efetividade contra casos sintomáticos de Covid-19 causados pela variante indiana (B.1.617.2) após a segunda dose. Em relação à variante britânica (B.1.1.7), a efetividade também foi um pouco maior: 66%.
– Ambas as vacinas tiveram 33% de efetividade contra casos sintomáticos de Covid-19 causados pela variante indiana (B.1.617.2) após a primeira dose. Em relação à variante britânica (B.1.1.7), a efetividade de ambas era de 50%.
– A diferença na efetividade entre as vacinas após as duas doses pode ser explicada pelo fato de que o início da aplicação da segunda dose da vacina de Oxford/AstraZeneca só ocorreu depois do da Pfizer/BioNTech, disseram os pesquisadores.
– Eles também pontuaram que outros dados sobre perfis de anticorpos mostram que leva mais tempo para atingir a efetividade máxima com a vacina de Oxford/AstraZeneca.
– Um outro ponto é que, assim como com outras variantes, níveis ainda mais altos de efetividade são esperados contra a hospitalização e morte por Covid. Hoje, os casos e períodos de acompanhamento não são suficientes para estimar a efetividade das vacinas contra casos graves pela variante B.1.617.2. A agência vai continuar avaliando isso nas próximas semanas.
“Esperamos que as vacinas sejam ainda mais efetivas na prevenção de hospitalização e morte, por isso é vital receber ambas as doses para obter proteção máxima contra todas as variantes existentes e emergentes”, destacou a chefe de imunização da agência de saúde pública da Inglaterra, Mary Ramsay, e autora sênior do estudo.
O secretário de Saúde do país, Matt Hancock, reforçou: “é claro o quão importante é a segunda dose para garantir a proteção mais forte possível contra a Covid-19 e suas variantes – peço a todos que agendem sua vacinação quando for oferecida”.
“Agora podemos ter certeza de que mais de 20 milhões de pessoas têm proteção significativa contra essa nova variante, e esse número está crescendo à medida que mais e mais pessoas recebem a segunda dose vital. Quero agradecer aos cientistas e médicos que trabalharam sem parar para produzir esta pesquisa”, declarou Hancock.
Uma análise separada da agência indicou que o programa de vacinação contra a Covid-19 no país evitou, até o dia 9 de maio, 13 mil mortes e cerca de 39,1 mil hospitalizações de idosos na Inglaterra.
Vacinação no Brasil
No Brasil, um levantamento feito pelo G1 com dados do DataSUS mostrou que, 4 meses após o início da vacinação, apenas 39% dos idosos tomaram ambas as doses de uma vacina no país.
Apenas 9,72% da população brasileira já recebeu as duas doses de alguma das 3 vacinas contra a Covid aplicadas no país: CoronaVac, Pfizer ou Oxford/AstraZeneca. Na Europa, em comparação, esse percentual é de 16,5%. Nos Estados Unidos, é de 38,9%.
Metodologia
Para determinar quem estava infectado com qual variante, os pesquisadores usaram dados de todos os casos de Covid-19 na Inglaterra em que havia um sequenciamento genético do coronavírus.
A partir desses dados, estimaram a proporção de casos no país que eram causados pela B.1.617.2 em comparação com a linhagem predominante (B.1.1.7) por status de vacinação (com uma, duas ou nenhuma dose).
Ao todo, um total de 12.675 casos sequenciados foram incluídos na análise, dos quais 11.621 tiveram a linhagem B.1.1.7 detectada; os outros 1.054 tiveram a linhagem B.1.617.2 detectada.
Fonte: G1
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