quinta-feira, 3 de junho de 2021

A batalha da CPI

 

consenso no comando da CPI da Covid que o presidente não tem como escapar de ser responsabilizado no relatório final da comissão como um dos mentores da política chamada de genocida na Saúde. Documentos e depoimentos nesse sentido estão armazenados em uma das dependências indevassáveis do Senado sob guarda dos senadores Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues, relator e vice-presidente da comissão, respectivamente, além, obviamente, de Omar Aziz, o presidente do colegiado. Os três integram o G7, grupo dos senadores oposicionistas e independentes que tem a faca e o queijo na mão para denunciar as omissões e negligências do governo no combate à pandemia. Os bolsonaristas são minoria e é possível que as investigações adentrem 2022. A situação do governo só vai piorar.

Provas

Em um mês de trabalhos, a CPI já comprovou que Bolsonaro apostou na imunidade de rebanho, tese que defende

a contaminação; empenhou-se no tratamento precoce, com a prescrição da ineficaz cloroquina; e operou uma ardilosa campanha contra as vacinas. Se os imunizantes fossem comprados antes, milhares de vidas teriam sido salvas.

Governistas

Enquanto o G7 trabalha sob orientação técnica, os quatro governistas, como Eduardo Girão e Marcos Rogério, procuram defender o indefensável: fazem intervenções para tergiversar. O despreparo é tamanho que o governista Ciro Nogueira já foi acionado pelo próprio presidente, dando-lhe instruções ao celular no meio de um dos depoimentos.

O pai da vacina brasileira

© Fornecido por IstoÉ

Das 66,7 milhões de doses de vacinas contra Covid aplicadas até sexta-feira (28), 47,2 milhões, ou 71% do total, foram produzidas pelo Butantan, dirigido por Dimas Covas. Nos EUA, os imunizantes estão permitindo a volta ao normal. Em outubro, o instituto ofereceu 60 milhões de doses ao governo, mas Bolsonaro mandou Pazuello rasgar o contrato. Poderíamos ter começado a vacinar antes do resto do mundo.

Retrato falado © Fornecido por IstoÉ

O senador Humberto Costa disse à ISTOÉ que, com base nos depoimentos e documentos obtidos até aqui pela CPI, tudo indica que Bolsonaro optou por promover a chamada imunidade de rebanho à custa de quase meio milhão de mortos. “O governo sabotou as medidas de isolamento social, não se empenhou em garantir a ampliação dos leitos de UTI e não se mostrou disposto a obter as vacinas.” Segundo ele, a comissão tem provas de que sua prioridade foi recomendar remédios sem eficácia.

O custo Guedes

Os recentes números do desempenho da economia são desanimadores, mas Guedes vê motivos para comemorar. Vamos aos fatos. O IBGE divulgou que no primeiro trimestre de 2021 chegamos a 14,8 milhões de desempregados, com uma taxa de 14,7%, a maior da série histórica iniciada em 2012. Quanto à inflação, o IGP-M, que regula o reajuste do aluguel, subiu 4,10% em maio, alcançando 37,04% em 12 meses — a maior desde o Plano Real. Já o IPCA, índice oficial da inflação, está em 6,76% (últimos 12 meses), bem acima do teto de 5,3%. Além disso, o PIB este ano deverá aumentar 3,5%, mas o crescimento ainda ficará negativo, considerando que no ano passado o tombo foi de 4,1%.

As quedas

Os governos caem em desgraça por causa da economia. Tem sido assim desde a redemocratização. Sarney quase não terminou o governo devido à hiperinflação de 80%. Collor caiu porque a economia desandou, levando FHC a criar o Real. Dilma sofreu impeachment após o PIB despencar 7% em 2015 e 2016.

Toma lá dá cá

© Fornecido por IstoÉ

Para o senhor, o que a CPI da Covid revelou de mais grave até agora?

Fiquei impressionado com o depoimento do Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan. Ficou claro que poderíamos ter vacinas bem antes, ainda em dezembro, e muitas vidas poderiam ter sido salvas.

Qual deve ser a posição do PSD em relação a Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2022?

O partido é independente desde o início do governo e já se definiu por ter candidatura própria para presidente em 2022.

Há alguma possibilidade de o seu partido vir a se aproximar da candidatura do ex-presidente Lula?

Não tem sentido falar em apoiar candidatos de outros partidos. Repito: teremos candidatura própria. Falta agora escolher o candidato.

Economia verde

João Doria está indo na contramão de Bolsonaro. Enquanto o presidente está queimado na Europa por conta da destruição da Amazônia, o governador inaugurou virtualmente nesta quinta-feira, 7, em Munique, o escritório do governo paulista na Alemanha, quando detalhou aos alemães o seu projeto de “desmatamento zero”, o que muito agradou aos europeus.

© Fornecido por IstoÉ

Rumo ao exterior

Este é o terceiro escritório do governo paulista no exterior. O primeiro foi inaugurado em Xangai (agosto de 2019) e o segundo em Dubai (fevereiro de 2020). No Brasil, estão instaladas 1.600 empresas alemãs, a maioria em São Paulo. Elas produzem 10% do PIB brasileiro, mas têm reclamado do governo Bolsonaro em relação ao alto custo Brasil.

Um governo de valentões

© Fornecido por IstoÉ

Mais um assessor de Bolsonaro com status de ministro se envolve em enrascadas. O Ministério Público do Trabalho abriu investigação contra Mário Frias, secretário de Cultura, para apurar denúncias de assédio moral feitas por dois funcionários do órgão. Ele tem o hábito de trabalhar armado. Descontente, a advogada Andrea Paes Leme, a segunda da pasta, pediu demissão.

Rápidas

* Bolsonaro prepara bondades para 2022, quando disputará a reeleição, como o aumento do bolsa família, mas para este ano sobram maldades: o salário mínimo foi reajustado sem reposição da inflação e o pagamento do auxílio emergencial, de irrisórios R$ 250, segue lento.

* O ato político de Bolsonaro com os motociclistas pode despachar Pazuello para a reserva, mas o povo é que vai pagar a conta: a presidência gastou R$ 1,6 milhão com os seguranças do GSI na cobertura do evento.

* Pegou mal no STF a decisão de Dias Toffoli votar pela anulação da delação de Sergio Cabral, que o citou, sem provas, como suspeito de receber propinas. A anulação já estava decidida e o gesto acirrou críticas ao tribunal.

* O senador Alessandro Vieira estima que se o governo tivesse comprado as vacinas no ano passado o Brasil teria vacinado o dobro de pessoas e as mortes não teriam chegado a 400 mil. “Esse é o tamanho do desastre.” fonte, https://www.msn.com

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