Foto: Reprodução
Um vídeo gravado por ocupantes de uma das embarcações que estavam próximas ao local onde parte de um cânion desabou neste sábado (8), no Lago de Furnas, em Capitólio (MG), mostra que, minutos antes da tragédia, turistas e barqueiros já haviam percebido que pedras estavam descendo pela encosta e que havia a iminência de o rochedo gigantesco despencar sobre a água. Nas imagens, eles tentam, sem sucesso, avisar aos outros barcos sobre o perigo.
“Está caindo muita pedra!”, diz uma mulher no vídeo. “Aquele bloco está saindo, lá!”, comenta um homem, já em tom de desespero. Em seguida, ao notar mais uma movimentação na rocha, as pessoas começam a gritar desesperadas para que os barcos que estavam próximos ao cânion se afastassem, durante o quase 1 minuto e 30 segundos de gravação. Por conta da distância, os apelos não foram ouvidos. “Aquele pedação ali vai cair! Sai daí! Mano do céu!”. Nos últimos segundos é possível ver por um novo ângulo a queda da placa gigantesca de pedra na água, e o impacto causado por ela, que joga tudo para longe.
O Corpo de Bombeiros faz buscas por vítimas no local. A Marinha informou que vai investigar o acidente, que matou pelo menos dois homens, cujas identidades ainda não foram reveladas, e deixou outros 32 feridos.
Segundo os bombeiros, 23 feridos já foram atendidos na Santa Casa de Capitólio e liberados. Outras duas pessoas foram encaminhadas para a Santa Casa de Piumhi e tiveram fraturas expostas. Mais três vítimas estão na Santa de Casa de Passos, sem informações sobre estado, e outras quatro na Santa Casa de São João da Barra com ferimentos leves.
Em entrevista à GloboNews, o tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros de MG, explicou que a formação do local é de rochas sedimentares e, portanto, mais suscetíveis à ação do vento e das chuvas.
— Infelizmente, é uma situação que costuma acontecer numa região de cânions. Mas a rocha que se desprendeu foi de um tamanho muito considerável — disse o tenente. — O que acabou agravando a situação foi a forma como a rocha cai, numa trajetória perpendicular. Geralmente, quando a gente tem esse tipo de estrutura, de ruptura, geralmente a rocha sai de uma forma mais fatiada. Ela escorre por aquela estrutura e cai de uma forma ou diagonal ou até mesmo em pé. Nesse caso, como a gente teve esse tombamento perpendicular e pelo tamanho da rocha, acabou tendo essas pessoas diretamente afetadas.
O Lago de Furnas atrai vários turistas que buscam passeios de lancha e mergulhos na região. Os cânions no local são formados por rochas com mais de 20 metros de altura.
O Globo
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