Quando cheguei aqui, nos idos de 1981, para fixar residência e trabalhar, havia uma percepção generalizada por parte do povo da Paraíba, minha terra natal, de que o Rio Grande do Norte possuía vantagens significativas em termos econômicos, culturais, educacionais e de uso e ocupação de mão de obra em relação ao estado paraibano.
Era notório e patente que o Rio Grande do Norte estava em fraca expansão, com índices superiores ao estado vizinho. No entanto, ao longo do tempo, Natal e regiões do RN foram se deteriorando economicamente e socialmente devido a políticas públicas equivocadas e à hegemonia de grupos políticos que controlaram o poder por décadas.
Por outro lado, a Paraíba, apesar de não possuir grandes fontes de recursos minerais e materiais, sempre buscou se transformar em um estado útil. É importante destacar que na Paraíba existem quatro grupos políticos que, apesar de desentendimentos, unem-se quando o tema é o desenvolvimento do estado.
Infelizmente, aqui temos políticos que priorizam autopromoção em vez de liderança. O atraso de Natal está relacionado às politicagens de determinados segmentos, que adotam a mentalidade “quanto pior, melhor”. Como disse Cassiano Arruda, “o sujeito gasta R$ 200,00 para não ver o outro ganhar R$ 2,00”.
O assunto é polêmico, mas é fato que João Pessoa pratica políticas estruturantes e voltadas para o desenvolvimento, enquanto Natal prioriza interesses pessoais e de grupos. Quando o atual prefeito fez uma declaração controversa, foi apenas uma figura de linguagem.
Lembro que, nos anos oitenta, ouvia dizer que Natal estava 20 anos à frente de João Pessoa. Hoje, dizem que João Pessoa está 50 anos à frente. A verdade dói, mas o remédio é trabalhar para a cidade e seu povo, não para grupos de interesses.
* Flauberto é leitor do blogue do Xerife
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