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Os preços dos alimentos e bebidas seguem em forte alta no Brasil. Nos últimos 12 meses, a inflação do setor acumulou variação de 7,25%, superando a taxa geral de 4,56%. Itens básicos da alimentação, como café (50,35%), carnes (21,17%) e azeite (17,24%), registraram aumentos expressivos. O economista Emanoel Márcio Nunes aponta que a valorização do dólar, fatores climáticos e a demanda internacional são as principais razões para o encarecimento.
Segundo Nunes, o café, por exemplo, sofreu impacto da seca em grandes produtores como Vietnã e Costa do Marfim, reduzindo a oferta no mercado. Além disso, o consumo chinês tem crescido, elevando os preços. No caso das carnes e do frango, a exportação se tornou mais lucrativa para os produtores, tornando os produtos mais escassos e caros internamente. A gripe aviária nos Estados Unidos também contribuiu para a alta do preço dos ovos no Brasil.
A substituição de alimentos devido ao aumento dos preços também influencia a inflação. Com a carne ficando mais cara, muitos consumidores passaram a optar pelo frango, o que elevou sua demanda e, consequentemente, o valor. Depois, a busca por ovos seguiu o mesmo caminho. O especialista avalia que a tendência de alta deve continuar, pois o governo não tem tomado medidas para reduzir o impacto do dólar sobre os preços dos alimentos.
Diante desse cenário, consumidores relatam dificuldades para manter a alimentação dentro do orçamento. O desempregado Roberto Pires, que vive com auxílio do governo, afirma que os preços altos dificultam as compras. Já a autônoma Edna Conceição diz que sua estratégia é pesquisar bastante antes de decidir onde comprar. “Vou a vários mercados e escolho o mais barato”, conta.
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