RIO - A TV por assinatura Sky não perdeu tempo. Nesta quinta-feira, instalou uma barraquinha para vender pacotes promocionais na entrada da Via Ápia, um dos principais acessos à Favela da Rocinha. "Começamos cedo. São oito vendedores. O pacote mais barato é R$ 49,90, mas depois que entrar a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) vai ter um desconto de R$ 10", disse a funcionária Bianca Ribeiro, ao lado de cartaz com a frase "Deixe a Sky fazer parte da sua vida" e uma foto da modelo Gisele Bündchen segurando um controle remoto.
Leia também:
Traficante Nem diz que metade do seu faturamento ia para policiais
'Nem', chefe do tráfico no Rio: do luxo na favela para a prisão
Grupo de Nem ofereceu R$ 1 milhão de suborno, diz Polícia
Assim como a prometida pacificação, o fim da chamada 'gatonet' está próximo na Rocinha. O clima ontem era de apreensão e aparente tranquilidade. A Escola Americana, no alto da Estrada da Gávea, outro acesso à favela, não abriu, mas muitas lojas e botecos da Rocinha funcionavam normalmente até o fim da tarde.
Na descida para a Gávea, policiais do Choque munidos de fuzis faziam uma blitze e paravam todo mundo, sem distinção, pelo menos no período de meia hora acompanhado pela reportagem. O motorista de um Jaguar X-Type, que teve o porta-malas revistado, elogiou a operação. "É isso mesmo. Agora vou ver minha casa valer mais", comentou. Um ônibus escolar, vans, um Volvo XC60, vários caminhões-baú, motos, táxis e até um caminhão da Companhia Municipal de Limpeza que levava entulho na caçamba foram inspecionados.
Gari comunitário na Rocinha há nove anos, Ronaldo Severino da Silva, de 56, manteve sua rotina. "Lá em cima está mais tenso, mas eu pensava que ia ser pior. Espero que continue assim", disse. "Tomara que a polícia não mate nenhum inocente", acrescentou Silva, que disse torcer pela pacificação. "O pessoal comentava que teria resistência. Eu achava que ele (o traficante Nem) só sairia daqui morto." Nascido e criado na favela, Silva comentou que o povo lá precisa de "segurança, saúde e educação".
Medo. A operadora de caixa de supermercado Fernanda Morais, de 23 anos, estava mais tensa. Pediu para trocar de horário e sair mais cedo. "Tá todo mundo com medo." Derrotado na recente eleição para a associação de moradores da Rocinha, Adelson Guedes, filiado ao PSL, disse que se deve "ficar atento para que com a pacificação não venha o miliciano". Na eleição, ele teve apenas 100 votos, ante 3.964 do candidato vencedor.
A visitação da Rocinha por turistas seguiu normalmente. A reportagem encontrou grupos de ingleses, escoceses, franceses e alemães. Dos oito ouvidos, todos tinham sido informados das prisões ocorridas na véspera, mas mesmo assim quiseram conhecer a favela. E gostaram.
Muitos moradores pareciam tentar seguir a vida normalmente, mas alguns pretendiam sair da Rocinha até tudo acalmar. Comerciantes se diziam preocupados. "Vão começar a estuprar e roubar", comentou um deles.
A segurança no Shopping Fashion Mall, que fica perto da Rocinha, foi reforçada. A assessoria de imprensa do estabelecimento confirmou a informação, mas sem quantificar o aumento do número de seguranças privados. Na passarela da Rocinha, o sobrevoo de helicópteros fazia a alegria de crianças. Perto dali, um menino brincava com um revólver de plástico, dizendo aos repórteres que queria usá-lo para proteger sua mãe da polícia fonte o estadao
Leia também:
Traficante Nem diz que metade do seu faturamento ia para policiais
'Nem', chefe do tráfico no Rio: do luxo na favela para a prisão
Grupo de Nem ofereceu R$ 1 milhão de suborno, diz Polícia
Assim como a prometida pacificação, o fim da chamada 'gatonet' está próximo na Rocinha. O clima ontem era de apreensão e aparente tranquilidade. A Escola Americana, no alto da Estrada da Gávea, outro acesso à favela, não abriu, mas muitas lojas e botecos da Rocinha funcionavam normalmente até o fim da tarde.
Na descida para a Gávea, policiais do Choque munidos de fuzis faziam uma blitze e paravam todo mundo, sem distinção, pelo menos no período de meia hora acompanhado pela reportagem. O motorista de um Jaguar X-Type, que teve o porta-malas revistado, elogiou a operação. "É isso mesmo. Agora vou ver minha casa valer mais", comentou. Um ônibus escolar, vans, um Volvo XC60, vários caminhões-baú, motos, táxis e até um caminhão da Companhia Municipal de Limpeza que levava entulho na caçamba foram inspecionados.
Gari comunitário na Rocinha há nove anos, Ronaldo Severino da Silva, de 56, manteve sua rotina. "Lá em cima está mais tenso, mas eu pensava que ia ser pior. Espero que continue assim", disse. "Tomara que a polícia não mate nenhum inocente", acrescentou Silva, que disse torcer pela pacificação. "O pessoal comentava que teria resistência. Eu achava que ele (o traficante Nem) só sairia daqui morto." Nascido e criado na favela, Silva comentou que o povo lá precisa de "segurança, saúde e educação".
Medo. A operadora de caixa de supermercado Fernanda Morais, de 23 anos, estava mais tensa. Pediu para trocar de horário e sair mais cedo. "Tá todo mundo com medo." Derrotado na recente eleição para a associação de moradores da Rocinha, Adelson Guedes, filiado ao PSL, disse que se deve "ficar atento para que com a pacificação não venha o miliciano". Na eleição, ele teve apenas 100 votos, ante 3.964 do candidato vencedor.
A visitação da Rocinha por turistas seguiu normalmente. A reportagem encontrou grupos de ingleses, escoceses, franceses e alemães. Dos oito ouvidos, todos tinham sido informados das prisões ocorridas na véspera, mas mesmo assim quiseram conhecer a favela. E gostaram.
Muitos moradores pareciam tentar seguir a vida normalmente, mas alguns pretendiam sair da Rocinha até tudo acalmar. Comerciantes se diziam preocupados. "Vão começar a estuprar e roubar", comentou um deles.
A segurança no Shopping Fashion Mall, que fica perto da Rocinha, foi reforçada. A assessoria de imprensa do estabelecimento confirmou a informação, mas sem quantificar o aumento do número de seguranças privados. Na passarela da Rocinha, o sobrevoo de helicópteros fazia a alegria de crianças. Perto dali, um menino brincava com um revólver de plástico, dizendo aos repórteres que queria usá-lo para proteger sua mãe da polícia fonte o estadao