sexta-feira, 3 de setembro de 2021

Bolsonaro entra com ação no STF para obrigar governadores a unificar ICMS sobre combustíveis

 

 

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O governo federal entrou com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para obrigar os Estados a adotarem alíquota única de ICMS sobre os combustíveis. O documento é assinado pelo próprio presidente Jair Bolsonaro e pelo advogado-geral da União, Bruno Bianco, e pede que o Supremo fixe prazo de 120 dias para que o Congresso aprove uma nova lei sobre o tema.

O presidente havia anunciado em live realizada na quinta-feira (2) que acionaria o STF. A petição encaminhada ao Supremo é uma Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO). O presidente alega que o Congresso foi omisso ao não editar lei complementar para regular a cobrança de ICMS no País. Caso seja reconhecido pelos ministros que houve descaso do Legislativo, os parlamentares serão notificados sobre a necessidade de incluir a matéria na lista de votações.

A petição inicial ainda não foi distribuída internamente e, portanto, ainda não há relator responsável pelo caso e nem previsão de quando ela será incluída na lista de julgamentos da Corte. É ainda possível que a ação seja analisada pelo plenário virtual do STF, ferramenta na qual os ministros depositam seus votos no decorrer de uma semana, mantendo o caso longe dos holofotes públicos.

A ação menciona emenda constitucional aprovada em 2001 que previa a regulamentação da cobrança de forma monofásica, ou seja, incidindo uma só vez, uniforme em todo o território nacional, mas diferenciadas por produto. A própria emenda, porém, deixa em aberto a possibilidade de a cobrança ser ad valorem, ou seja, um valor fixo por litro, ou ad rem, ou seja, um porcentual sobre o valor da operação ou preço de venda.

Na ação, Bolsonaro e Bianco mencionam que isso não ocorreu “lamentavelmente, embora transcorridos quase 20 anos desde a promulgação” da emenda. “Esse impasse legislativo tem se mostrado bastante prejudicial para o País”, diz o documento.

A ação cita dados do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) segundo os quais o ICMS sobre combustíveis representou 18,1% de todo o ICMS arrecadado no País em 2018, o equivalente a 1,44% do PIB. O documento relembra ainda a greve dos caminhoneiros de 2018, que pararam o País por vários dias em razão do aumento do diesel.

“Segundo pesquisas do IBGE, a parcela de gastos das famílias brasileiras com transporte já representava, em 2017/2018, aproximadamente 18,1% das despesas do orçamento doméstico. Não por acaso, em maio de 2018, o Brasil assistiu a eclosão de um amplo movimento grevista de caminhoneiros, que protestavam, entre outras coisas, contra o alto custo do diesel”, afirma.

Para o governo, a tributação de ICMS sobre combustíveis tem alíquotas “excessivamente assimétricas”, pode gerar fraudes e prejudica o consumidor final.

O documento é uma tentativa de obrigar o Congresso a apreciar uma proposta de autoria do Executivo sobre o tema. “As vicissitudes do atual modelo são tão graves que tornaram necessária a formulação da presente medida judicial”, diz a ação.

No dia 12 de fevereiro, o governo enviou ao Congresso um projeto de lei complementar para alterar a cobrança de ICMS sobre combustíveis. O texto tinha como objetivo determinar que o imposto passaria a ter um valor fixo e incidir sobre o litro do combustíveis – a exemplo de tributos federais como PIS, Cofins e Cide. O ICMS hoje incide sobre o preço do combustível – o preço médio ponderado ao consumidor final, que é reajustado a cada 15 dias.

Como cada Estado tem competência para definir a alíquota, já na época do envio do texto havia dúvidas sobre se ele não feria o pacto federativo, pois essa atribuição passaria a ser do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz).

O ICMS sobre gasolina varia de 25% a 34% atualmente – em São Paulo, por exemplo, é de 25%, e no Rio de Janeiro, de 34%. Sobre o diesel, as alíquotas variam de 12% a 25%; sobre o etanol, de 12% a 30%; e sobre o gás de cozinha, de 12% a 25%.

Diante da resistência dos governadores, o projeto não avançou na Câmara, e em 30 de março, o próprio presidente Jair Bolsonaro enviou ofício solicitando aos deputados que retirassem da proposta o regime de urgência – que permite que o texto possa tramitar de forma mais rápida na Casa. Em 16 de junho, no entanto, o líder do governo, Ricardo Barros (PP-PR), voltou a pedir urgência para o projeto, e o requerimento foi aprovado em 29 de junho.

Estadão Conteúdo

 Política

Bolsonaro afirma que “ninguém precisa temer o 7 de setembro”

03/09/2021 09h05



O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta quinta-feira (2) que “ninguém precisa temer o 7 de setembro”, em referência às manifestações em apoio ao governo que acontecerão na data. A fala foi feita durante cerimônia de lançamento das autorizações ferroviárias, em Brasília.


A posição de Bolsonaro acontece após fala do ministro Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Mais cedo, durante abertura de sessão da Suprema Corte, Fux afirmou que a “liberdade de expressão não comporta violência e ameaça”.


Bolsonaro afirmou ainda que “alguma ou outra autoridade precisa reconhecer que extrapolou”.


“O Brasil está em paz, a meu ver. Está faltando uma ou outra autoridade ter a humildade de reconhecer que extrapolou e trazer a paz ao Brasil. Ninguém precisa temer o 7 de setembro. Pretendo ocupar um carro de som na Paulista, que deve ter umas 2 milhões de pessoas. Ao que tudo indica, vai ser um recorde de pessoas”, afirmou o presidente.


CNN Brasil

Bolsonaro afirma que “ninguém precisa temer o 7 de setembro”


O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta quinta-feira (2) que “ninguém precisa temer o 7 de setembro”, em referência às manifestações em apoio ao governo que acontecerão na data. A fala foi feita durante cerimônia de lançamento das autorizações ferroviárias, em Brasília.

A posição de Bolsonaro acontece após fala do ministro Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Mais cedo, durante abertura de sessão da Suprema Corte, Fux afirmou que a “liberdade de expressão não comporta violência e ameaça”.

Bolsonaro afirmou ainda que “alguma ou outra autoridade precisa reconhecer que extrapolou”.

“O Brasil está em paz, a meu ver. Está faltando uma ou outra autoridade ter a humildade de reconhecer que extrapolou e trazer a paz ao Brasil. Ninguém precisa temer o 7 de setembro. Pretendo ocupar um carro de som na Paulista, que deve ter umas 2 milhões de pessoas. Ao que tudo indica, vai ser um recorde de pessoas”, afirmou o presidente.

CNN Brasil

Distribuidoras elevam preço do botijão de gás em 7% para o consumidor

 

O gás de cozinha já está custando mais 7% para os consumidores nesta quarta-feira, 1º de setembro, devido a um ajuste feito pelas distribuidoras do produto, confirmou o presidente da Associação Brasileira dos Revendedores de GLP (Asmirg), Alexandre Borjaili. Rumores no setor indicam que a Petrobras também deverá reajustar o preço do combustível, que já acumula 38% de alta no ano.
De acordo com Borjaili, o reajuste das distribuidoras teve como justificativa o dissídio da categoria e inflação. O aumento médio por botijão foi de R$ 5,80, sendo que mais R$ 0,30 foi adicionado em alguns estados pelo reajuste do ICMS no mês passado.
"E há um murmúrio de que a Petrobras vai aumentar também no início do mês", disse Borjaili ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), que discorda do aumento das distribuidoras, considerando que o valor do produto já está muito alto.
O preço do gás de cozinha virou mais uma preocupação para o governo de Jair Bolsonaro, que demitiu o ex-presidente da Petrobras Roberto Castello Branco pelos ajustes sucessivos dos combustíveis, inclusive do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP).
Já o atual presidente da empresa, general Joaquim Silva e Luna, deixou de fazer reajustes mensais. O último aumento foi no início de julho, de 3,5%.
De acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio do botijão de GLP de 13 Kg entre 22 e 28 de agosto era de R$ 93,65, sendo que em algumas localidades o produto chega a custar R$ 130,00.

Política Bolsonaro diz que ninguém precisa temer 7 de Setembro e fala em comparecimento de 2 mi na Paulista

 

Jair Bolsonaro
Bolsonaro disse que as pessoas vão pedir, clamar o que o presidente do STF, Luiz Fux, disse mais cedo no plenário da corte (Imagem: Fabío Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Em uma fala recheada de recados ao Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que ninguém precisa temer as manifestações do dia 7 de Setembro e destacou que haverá um comparecimento recorde no ato da Avenida Paulista, com 2 milhões de pessoas.

“O Brasil está em paz, no meu entender, está faltando uma ou outra autoridade ter a humildade de reconhecer que extrapolou e trazer a paz no Brasil“, disse.

“Ninguém precisa temer o 7 de Setembro. Já falei que, se Deus quiser, estarei aqui na Esplanada, usarei da palavra como logo depois como tenho compromisso em São Paulo dia 8 pretendo ocupar um carro de som na Paulista que deve ter umas 2 milhões de pessoas”, emendou.

Em pronunciamento durante cerimônia do programa para alavancar concessões de autorizações ferroviárias e investimentos, Bolsonaro disse que as pessoas vão pedir, clamar o que o presidente do STF, Luiz Fux, disse mais cedo no plenário da corte.

“Não pode haver democracia sem respeito à Constituição”, destacou Bolsonaro.

 

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 Marcelo Luiz Nogueira dos Santos, ex-assessor de Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), disse em entrevista ao UOL que, no período em que foi funcionário do filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), era obrigado a devolver mensalmente 80% de seu salário.

A informação foi revelada pelo portal Metrópoles e confirmada pelo UOL, que ouviu outros detalhes do ex-assessor, que é conhecido como Marcelo Nogueira. 

 

Ele afirma que, além dos 80% do salário, tinha que entregar porcentagem semelhante do 13º salário, das férias, do que recebia como vale-alimentação e ainda da restituição do Imposto de Renda.

De acordo com Nogueira, ele precisava entregar esses valores em dinheiro vivo nas mãos da advogada Ana Cristina Siqueira Valle, segunda mulher do presidente Jair Bolsonaro.

Isso ocorreu todos os meses ao longo de mais de quatro anos. Ele foi assessor de Flávio Bolsonaro na Alerj no período de 1º de fevereiro de 2003, início do mandato de Flávio, até 6 de agosto de 2007, quando Ana Cristina e Jair Bolsonaro se separaram.

Nessa mesma época, a ex-mulher do agora presidente era a chefe de gabinete de Carlos Bolsonaro, em seu primeiro mandato na Câmara Municipal do Rio. As mesmas condições, segundo ele, foram impostas a funcionários de Carlos na Câmara. "Tudo a mesma coisa", afirmou Nogueira. 

Em maio, o TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) autorizou a quebra de sigilo bancário e fiscal de Carlos, Ana Cristina e outros 25 assessores para apurar a suspeita de rachadinha e da nomeação de funcionários fantasmas no gabinete do vereador.

Nos anos de 2003 e 2004, o salário bruto de Nogueira era de R$ 1.791,79. A partir de 2005, o salário passou a ser de R$ 4.253,69. Já em 2006, foi de R$ 4.466,37. Ao todo, nos mais de quatro anos na Alerj, ele recebeu em salário bruto um valor de R$ 176.700. Esse valor corrigido pela inflação do período chega a R$ 382.805.

Marcelo Nogueira diz que não era funcionário fantasma no gabinete e prestava serviços. Atendia eleitor, fazia serviço de correspondência: etiquetar, colocar selo, todo aquele trabalho que eles fazem", diz Nogueira.

O ex-assessor disse que conheceu Ana Cristina por intermédio de um namorado e recebeu dela o convite para ir trabalhar no gabinete de Flávio. No entanto, desde o início, a proposta incluía devolver a maior parte do salário que era recebido no contracheque. 

Tudo foi negociado com ela [Ana Cristina]", diz ele, que afirma que ela o orientou a não falar nada para Bolsonaro.

Na quebra de sigilo bancário, autorizada no âmbito das investigações de Flávio Bolsonaro, é possível ver os saques mensais feitos por Nogueira ao longo de 2007.

Em 13 oportunidades Marcelo realizou saques de mais de R$ 1 mil, chegando até a se endividar nesse período. Em abril daquele ano, por exemplo, dois dias após receber R$ 4.000 da Alerj, ele fez um saque de R$ 3.000.

Após a saída dele do gabinete, em sete anos de vida bancária, em apenas duas oportunidades houve registro de transações em espécie com valor acima de R$ 1.000.

O relato de devolução de salários e verbas como 13º salário, férias e restituição do imposto de renda feito por Marcelo Nogueira é semelhante ao da estatística Luiza Sousa Paes, outra ex-assessora de Flávio que fechou um acordo de colaboração com o MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) no ano passado.

Ela foi nomeada muito tempo depois de Nogueira sair do gabinete, já em 2011.

Luisa disse que ficava com R$ 700 dos quase R$ 5.000 que recebia como assessora. No entanto, a estatística admitiu que nunca trabalhou no gabinete de Flávio e que entregava os valores para Fabrício Queiroz, apontado como um dos operadores do esquema.

Essa é agora uma das principais provas contra o senador na investigação sobre o gabinete dele.

Os advogados do senador, Luciana Pires, Juliana Bierrenbach e Rodrigo Roca, negaram que o senador soubesse de irregularidades.

"O parlamentar sempre seguiu as regras da assembleia legislativa e tem sido vítima de uma campanha de difamação. Tanto a defesa quanto o senador desconhecem as afirmações de Marcelo Luiz Nogueira dos Santos", diz a nota. 

Marcelo Nogueira morou os últimos cinco anos com Ana Cristina, em Resende, no sul do Rio de Janeiro. Eles se desentenderam depois que ela o convidou para ir trabalhar com ela em Brasília e, segundo ele, não pagou os valores acordados anteriormente.

Como o UOL mostrou na semana passada, a segunda mulher do presidente mudou em fevereiro para a capital federal e recentemente passou a viver em uma mansão de R$ 3,2 milhões no Lago Sul, região das mais nobres de Brasília.

"Ela falava 'você tá fazendo questão, mas não vai ter nem gasto, vai tá morando na minha casa.' Eu falava que 'não sou seu escravo não, não trabalho pra morar na casa de ninguém não'. A gente trabalha pra ter nossas coisas, sou igual todo mundo, não é porque sou preto que vou ficar em casa de patrão não. Ela queria me escravizar, né?"

Ele considera que Ana Cristina foi "praticamente" racista com ele. "Ela me viu como o quê? Só porque eu era preto".

Esse foi um dos motivos alegados pelo ex-funcionário para denunciá-la ao MPT (Ministério Público do Trabalho). Ele afirmou ainda que pretende ingressar com uma ação na Justiça por danos morais contra a ex-mulher de Bolsonaro.     fonte. folhadelondrina.com.br

 

 

 

Política ALIANÇA PSB/PT: “Tirar Bolsonaro do poder é o que vai nos unir em 2022”, diz Paulo Câmara, governador de Pernambuco, que acredita que só Lula pode vencer o presidente

 

 

PAULO CAMARA – Leo Caldas/.

A um ano e meio de concluir seu segundo mandato de governador de Pernambuco, Paulo Câmara se prepara para abraçar um projeto ousado: construir as pontes que permitam a aliança do PSB, seu partido, com o PT com vista às eleições presidenciais. Não por acaso, foi por Recife que o ex-presidente Lula começou seu périplo no Nordeste em busca de apoio político. Não será um casamento fácil. A relação entre os dois partidos sempre foi pendular. Em 2014, os socialistas se afastaram dos petistas para lançar Eduardo Campos como candidato ao Planalto. O ex-governador morreu em um acidente de avião durante a campanha e foi substituído por Marina Silva, que acusou o PT de jogo sujo durante as eleições. No segundo turno, o partido apoiou Aécio Neves (PSDB). Anos depois, marchou com a oposição em favor do impeachment de Dilma Rousseff. Mesmo no quintal do governador, a convivência entre as duas agremiações é pouco amistosa. Câmara, no entanto, antevê que essas diferenças serão superadas a partir do instante em que todas as forças políticas se conscientizarem de que existe um único adversário a ser batido: Jair Bolsonaro. Aos 49 anos, o governador tem bons índices de popularidade e acredita que, no momento, apenas Lula tem condições de vencer o presidente da República nas urnas. Nesta entrevista a VEJA, ele defende a formação de uma frente de oposição, diz que apoiar o impeachment de Dilma foi um erro e que o governo federal é um desastre.

O PSB estará ao lado do PT nas eleições do ano que vem? Desde a redemocratização, o PSB caminhou muito mais ao lado do PT do que como oposição. Em 2018, na minha reeleição, o PT estava nos apoiando. A gente tem tido esse cuidado de conversar com os partidos progressistas, que estão conscientes da grande tarefa para 2022 que é combater a forma como o Brasil vem sendo administrado. O PT tem clara a posição de oposição ao governo Bolsonaro. Nós também.

Quais são as dificuldades para estabelecer desde já essa aliança? Há uma diretriz do PSB de só discutir alianças em 2022. Mas as portas estão abertas. Não apenas ao PT, mas a todos os partidos do campo progressista que queiram conversar sobre um Brasil melhor. A aliança com o PT é uma das alternativas. A possibilidade de aliança com o presidente Lula é real. Ele continua sendo o político mais popular no Nordeste. Aqui ele é imbatível. O que vai nos unir em 2022 é tirar o presidente Bolsonaro do poder e mudar tudo que está acontecendo no Brasil.

O senhor acredita na inocência do presidente Lula? Os processos dele foram anulados. O necessário agora é fazer o que a Justiça determinou: que sejam iniciadas as apurações, sem contaminação, seguindo o que diz a lei. Agora o ex-presidente vai ter todo o direito de defesa, que não deram a ele antes. A parcialidade do ex-juiz Sergio Moro foi demonstrada e reconhecida pela Justiça.

Tudo o que a Lava-Jato descobriu sobre corrupção envolvendo o ex-presidente, portanto, deve ser desconsiderado? Os processos judiciais é que vão dizer. Algumas ações já foram arquivadas e outras estão no mesmo caminho. É preciso imparcialidade e respeito aos ritos da Justiça, como aconteceria com qualquer cidadão e como a Constituição preconiza.

“A candidatura do Lula é uma opção contra a forma como o Brasil vem sendo administrado. O país fez avanços importantes durante os governos do ex-presidente”

O PSB apoiou e votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff. Isso não é uma contradição? No meu entendimento, não do PSB, o impeachment não fez bem para o Brasil. Com a assunção do presidente Temer não houve a pacificação. Houve apenas uma mudança de rota fruto de um processo que terminou sem resultar em melhoria do país. O país piorou com a chegada do Temer. E a gente vê também que foi um processo traumático e o crime de responsabilidade que tanto foi propagado não se configurou. O partido sempre teve discussões em relação a isso. Aqui em Pernambuco já fizemos esse debate e acreditamos que o impeachment da presidente Dilma foi ruim para o Brasil.

Quais os argumentos para convencer o eleitor a dar uma segunda chance a Lula e ao PT? A candidatura do Lula é uma opção contra a forma como o Brasil vem sendo administrado. O país fez avanços importantes durante os governos do ex-­presidente. A desigualdade na Região Nordeste foi diminuída nesse período. Houve obras estruturantes e uma preocupação efetiva com a redução da pobreza, além de políticas públicas que chegavam a todos. Houve claramente ações de crescimento do país e respeitabilidade internacional — o que não existe mais.

Qual a avaliação que o senhor faz do governo Bolsonaro? É um absoluto retrocesso, um desastre. Não há mais política de educação. A saúde foi esse desastre que a pandemia mostrou. São quase 600 000 vidas perdidas. Segurança também é assunto que não existe no âmbito federal. E não há pautas que pensem a economia a curto, médio e longo prazo. Todos sabemos que a economia é muito baseada em expectativas. O Brasil vive expectativas negativas. Vivemos um momento muito difícil e que vai exigir esforço em 2022 para unificar este país contra o atual governo. Destruir é muito fácil e rápido.

O senhor vê riscos à democracia? É preocupante ver essas agressões contra o Supremo Tribunal Federal, governadores e prefeitos. Mas confiamos nos poderes constituídos e sabemos que, mesmo tendo uma pessoa que não está à altura do cargo de presidente, o país vai superar tudo isso. Depreciar a imagem pública de pessoas e instituições não encontrará eco na sociedade. O Brasil é maior que isso.

Parte da bancada do seu partido apoiou o voto impresso, defendido pelo presidente Bolsonaro. Isso não é outra contradição? Quem defende pautas bolsonaristas está fora de sintonia com o que pensa o PSB. Aqui não é lugar para pessoas que pensem desse jeito. O PSB é um partido progressista, que sempre lutou por liberdade e justiça, pela pauta de direitos humanos. Quem acha que pode flertar com o bolsonarismo ou com qualquer ação autoritária pode ter certeza de que o caminho não é pelo PSB. Pessoas que insistem em continuar defendendo esse tipo de pauta no PSB com certeza não vão ter lugar.

Até que ponto a politização das polícias militares preocupa? Essa questão da politização é grave e nós, governadores, devemos estar muito atentos. É um risco, uma ameaça. Em Pernambuco, tratamos essa questão de maneira muito clara e rígida junto aos comandos. Não vamos admitir a politização e isso está sendo colocado claramente para todos os comandantes.

Mas um dos casos mais emblemáticos ocorreu justamente em Pernambuco, onde duas pessoas foram atingidas por tiros de bala de borracha durante uma manifestação contra o governo Bolsonaro. Essa ação foi desastrosa, não obedeceu a nenhum tipo de padrão operacional e deixou duas pessoas com lesões permanentes. Tivemos o cuidado de apurar tudo, afastamos os envolvidos e fizemos alterações no alto-comando. Ficou muito claro nesse episódio que nossa gestão não vai admitir que a polícia extrapole suas prerrogativas. Esses fatos não podem se repetir. Não podemos afirmar, porém, que isso que aconteceu no Recife tenha sido uma ação influenciada pela extrema direita ou por grupos ligados ao bolsonarismo.

O senhor diz que o Nordeste é lulista. O Auxílio Brasil não pode inverter essa tendência? Esse Auxílio Brasil é uma ideia do governo federal para de alguma forma influenciar as eleições de 2022. A população não quer migalhas e auxílio, quer emprego e possibilidade de os filhos estudarem. E gestores que tenham cuidado com a saúde da população. O que se tem de discutir no Brasil não é apenas a instalação do auxílio, que é importante e necessário neste momento que estamos vivendo com o desemprego, o aumento da fome e da miséria. Torna-se necessário discutir também a porta de saída, e a gente não vê nenhuma discussão. O governo não fez estudo ou debate, não conversou com ninguém. Não procurou alternativas que vislumbrassem o que a população realmente quer: emprego e serviços públicos de qualidade.

A pandemia vai influenciar no resultado das urnas? São quase 600 000 vidas perdidas. Todos conhecemos pessoas que infelizmente não resistiram. Hoje vemos uma conscientização maior sobre o uso de máscaras, o respeito ao distanciamento social e aos horários restritos. A pandemia está muito viva na vida das pessoas. E as marcas dela também. Esse é um debate que não pode estar ausente em 2022 diante da gravidade da Covid. A gente tem de ter a responsabilidade de contar a verdade desse processo, o que poderia ter sido feito e não foi, todas as omissões que ocorreram. Isso vai estar presente, não tem como não estar, apesar da vacina. A gente tem de ter a responsabilidade, como gestor público, de nunca mais deixar acontecer fatos graves como vimos no Brasil neste período.

As pesquisas mostram que a maioria do eleitorado não quer Bolsonaro nem Lula. O senhor acredita numa alternativa aos dois, a chamada terceira via? Sempre há espaço para a apresentação de candidaturas. A história recente do Brasil mostra isso. Algumas surgiram de repente e outras são fruto de discussão. Lula foi eleito presidente depois de disputar e perder três eleições. Fernando Henrique Cardoso foi eleito a partir de experiência no Ministério da Fazenda com o Plano Real. Bolsonaro foi eleito dentro do ambiente conturbado que estava no Brasil. Evidentemente que pode surgir uma terceira via.

O senhor defende a criação de uma frente de oposição? O adversário em 2022 é Jair Bolsonaro. Isso é muito claro. Vamos estar abertos a discussões contra a forma como o Brasil vem sendo administrado, até porque a gente entende que está claro o mal que o presidente tem feito ao povo brasileiro. O PSB tem muito a contribuir no debate em 2022, seja em aliança com o PT ou o PDT, seja em movimentos que possa realizar. Temos de ter a capacidade de fazer uma grande frente pela civilidade, pelos valores democráticos e pela melhoria da vida do povo com políticas públicas inclusivas. Não tenho dúvida de que derrotar o presidente Jair Bolsonaro e todos aqueles que o apoiam é uma causa em favor do povo brasileiro e das futuras gerações. O que não podemos admitir é o Brasil continuar mais quatro anos sendo governado desta forma, no improviso, sem planejamento, com políticas públicas que têm feito mal à população. fonte; blogdobg


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PF indicia Bolsonaro e mais 36 pessoas por tentativa de golpe de Estado Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/pf-indiciamento-bolsonaro-militares-suposta-tentativa-golpe-estado/ Copyright © 2024, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

Além de Bolsonaro, o vice na chapa à reeleição em 2022, Braga Netto, também teve o indiciamento pedido pela PF.|  A Polícia Federal indiciou...