/Rede Nacional do Esporte)
"Eu tô na raiva". As palavras ditas
após a classificatória do C1 1.000m demonstravam bem o espírito de
Isaquias Queiroz para o último dia de provas da canoagem de velocidade
na Olimpíada de Tóquio. Ele fez o melhor tempo das preliminares, mas não
estava satisfeito. Sabia que podia mais - e conseguiu. Em final
disputada no fim da noite desta sexta-feira (manhã de sábado no Japão), o
baiano de 27 anos confirmou o favoritismo, percorreu o trajeto no Sea
Forest Waterway em 4:04:408 para conquistar a medalha de ouro e reforçar
o status de lenda do esporte olímpico brasileiro.
Em 2016, Isaquias Queiroz fez história ao se tornar o
primeiro (e até aqui único) atleta nascido no Brasil a conquistar três
medalhas em uma mesma edição dos Jogos. Naquele ano, no Rio de Janeiro,
ganhou prata no C1 1.000m e no C2 1000m (ao lado de Erlon de Souza) e
bronze no C1 200m. Mas ao campeão mundial ainda faltava ao sonho
olímpico dourado. Não falta mais.
O brasileiro foi dominante durante toda a
competição. Nas eliminatórias, fez o melhor tempo entre todos os
competidores e avançou diretamente à semifinal, sem a necessidade de
disputar as quartas. Quando voltou ao barco, remou os 1.000m em 4m05s579
e conseguiu vaga na decisão também com a marca mais baixa. Apontado
como o grande rival de Isaquias, o alemão Sebastian Brendel não
conseguiu classificação para a final. E na prova decisiva o baiano
conquistou a medalha que tanto perseguia.
Em 2016, Isaquias Queiroz fez história ao se tornar o
primeiro (e até aqui único) atleta nascido no Brasil a conquistar três
medalhas em uma mesma edição dos Jogos. Naquele ano, no Rio de Janeiro,
ganhou prata no C1 1.000m e no C2 1000m (ao lado de Erlon de Souza) e
bronze no C1 200m. Mas ao campeão mundial ainda faltava ao sonho
olímpico dourado. Não falta mais.
O brasileiro foi dominante durante toda a
competição. Nas eliminatórias, fez o melhor tempo entre todos os
competidores e avançou diretamente à semifinal, sem a necessidade de
disputar as quartas. Quando voltou ao barco, remou os 1.000m em 4m05s579
e conseguiu vaga na decisão também com a marca mais baixa. Apontado
como o grande rival de Isaquias, o alemão Sebastian Brendel não
conseguiu classificação para a final. E na prova decisiva o baiano
conquistou a medalha que tanto perseguia.
Multimedalhista
Isaquias Queiroz é daqueles esportistas que acordam e
vão dormir pensando em como podem melhorar. A competitividade é tanta
que batizou o filho de "Sebastian". É uma homenagem ao alemão Sebastian
Brendel, seu principal rival nas últimas grandes competições. Os
motivos? Além da amizade com o concorrente, é também para que o
brasileiro lembre todos os dias do adversário e continue treinando.
A paixão pela canoagem, porém, não começou de forma
competitiva. Nas águas de Ubaitaba, Isaquias começou a remar logo quando
criança. Por lá, a canoa também é meio de transporte para se locomover
pelo Rio de Contas Aliás, o nome do local significa, em tupi, "cidade
das canoas".
Isaquias logo de cara chamou a atenção de Figueiroa
Conceição, então auxiliar-técnico de Jefferson Lacerda, pioneiro da
canoagem brasileira. Ele buscava jovens talentos em escolas e ficou
espantado com o potencial do 'Oreião', como era conhecido o menino que
viraria multimedalhista olímpico.
A infância de Isaquias não foi de fartura, mas nunca
lhe faltou nada, como gosta de dizer. Não se pode dizer, porém, que não
houve percalços. Pelo contrário. Aos 3 anos, queixou-se de dores na
barriga. A "cuidadora" com quem estava, pouco mais velha, resolveu
preparar um chá. O garoto esbarrou nela, a água fervente virou e caiu em
cima dele.
Após um duro mês internado, Isaquias voltou para casa
após uma decisão da mãe, Dilma Queiroz. Ela não queria mais ver o filho
na cama de hospital e resolveu assinar um termo de responsabilidade para
tirá-lo de lá mesmo contra as recomendações do médico, que alertava
para a possibilidade de o menino morrer se a alta fosse antecipada. O
garoto sobreviveu.
Cerca de dois anos depois, Isaquias foi sequestrado por
uma mulher que vivia em Ubaitaba. A mãe, depois de muito desespero e
muito refletir, imaginou quem poderia tê-lo levado e conseguiu
encontrá-lo.