Foto: © Tânia Rêgo/Agência Brasil
A proporção de mortes de
idosos com 80 anos ou mais caiu pela metade no Brasil após o início da
vacinação contra a covid-19. Os dados fazem parte de um estudo liderado
pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). O percentual médio de
vítimas dessa faixa etária era de 25% a 30% em 2020 e passou para 13% no
final de abril. Quando teve início a imunização, em janeiro de 2021, o
percentual era de 28%.
De acordo com o Cesar Victora,
epidemiologista e líder da pesquisa, outros estudos já demonstraram a
associação entre a vacinação e a queda nas internações e nas mortes, por
exemplo a partir dos dados da população de Israel. A novidade desta
análise é que o mesmo se confirma em um cenário com predominância da
variante P1. Em Israel, a imunização alcança mais de 55% da população,
segundo dados da plataforma Our World in Data, da Universidade de
Oxford.
A pesquisa liderada pela UFPel indica que pelo menos
13,8 mil mortes de brasileiros com 80 anos ou mais em um intervalo de
oito semanas foram evitadas. O país registra 407.639 mortes por
covid-19, conforme atualização do Ministério da Saúde divulgada nesse
domingo (2). Em 24 horas, foram 1.202 novas mortes. A aplicação da
primeira dose alcança cerca de 14% dos brasileiros; e 6,5% receberam as
duas doses.
Os dados utilizados na análise foram
disponibilizados pelo Ministério da Saúde e referem-se ao período de 3
de janeiro a 22 de abril. Nessas datas, 171.454 pessoas morreram pelo
novo coronavírus no Brasil.
No começo de 2021, a taxa de
mortalidade entre pessoas de 80 anos ou mais era 13,7 vezes maior do que
para pessoas com zero a 79 anos. De acordo com o estudo, essa relação
caiu para 6,9 vezes no início de abril.
As estimativas dos
pesquisadores apontam que, com a nova cepa, se o número de mortes entre
os mais idosos tivesse continuado no mesmo ritmo observado para grupos
etários mais jovens, seriam esperadas quase 48 mil mortes contra as
34.168 registradas no período.
Os níveis nacionais de cobertura
vacinal com a primeira dose nessa faixa etária chegaram a 50% na
primeira quinzena de fevereiro, a 80% na segunda quinzena do mês e ficou
em 95% em março. Os pesquisadores apontam que os resultados de queda da
mortalidade encontrados são compatíveis com o efeito protetor da
primeira dose e deve aumentar a partir da segunda.
O estudo
também confirma que as vacinas aplicadas no Brasil protegem mesmo em um
cenário em que a P1 predomina. Pesquisas com profissionais de saúde
vacinados em Manaus e São Paulo já demonstravam essa proteção.
Agência Brasil
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