Pressionado para apresentar uma solução contra a escalada do preço dos combustíveis, o presidente da República, Jair Bolsonaro, criticou nesta quinta-feira a política de preços da Petrobras e disse que seu desejo é privatizar a estatal.
Ao apontar limitações ao seu cargo no Executivo, Bolsonaro afirmou que não consegue direcionar o preço do combustível, já que iria incorrer em crime de responsabilidade, mas se queixou de novo que, em caso de aumento dos preços, a culpa sempre cai no seu colo.
Para frear a alta dos preços, ele também disse que “seria bom se todo mundo ajudasse a economizar combustível”.
“É muito fácil, ‘aumentou a gasolina, culpa do Bolsonaro’. Eu tenho
vontade, já tenho vontade de privatizar a Petrobras. Tenho vontade, vou
ver com a equipe econômica o que a gente pode fazer”, disse o presidente
em entrevista à Rádio Novas de Paz de Pernambuco. “Eu não posso, não é
controlar, eu não posso melhor direcionar o preço do combustível, mas
quando aumenta a culpa é minha”, reclamou.
Na entrevista, Bolsonaro ainda recorreu à população e sugeriu que seria bom “se todos ajudassem a economizar combustível”.
De
acordo com o presidente, como o Brasil precisa importar o combustível,
“seria bom se todo mundo ajudasse a economizar combustível, aí você iria
obrigar os caras a rever o que está acontecendo, ajudaria bastante”.
Para lidar com o problema da crise hídrica no País, o presidente já
havia pedido a seus apoiadores que desligassem um ponto de luz em suas
casas para poupar energia elétrica.
Diante da pressões sobre o
aumento da inflação no País, Bolsonaro voltou a responsabilizar os
governadores por parte do alto preço do gás de cozinha e dos
combustíveis. “Essas verdades é que doem”, afirmou.
Mesmo com fortes
críticas, Bolsonaro reconheceu que os governadores não podem zerar o
ICMS. “Mas a cobrança do ICMS não pode ser feita com um percentual em
cima do preço da bomba.”
O chefe do Executivo federal também comentou
sobre o projeto aprovado na quarta na Câmara que muda a regra de ICMS
sobre combustíveis e estabelece um valor fixo por litro para o imposto
“Não
era o que eu queria”, reclamou o presidente com relação às alterações
do projeto apresentado pelo Executivo, “mas vai ajudar”, ponderou.
Ele
ainda cumprimentou o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), por ter
conseguido “aprovar o que foi possível”. O projeto agora será analisado
pelo Senado.
Estadão Conteúdo
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