Imagens da infecção nos tecidos dentro do corpo. Instituições médicas afirmam que a fasciíte necrosante tem alta taxa de mortalidade Foto: Pebdmed/Reprodução
Uma adolescente norte-americana foi internada às pressas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após ser diagnosticada com um infecção causada por uma bactéria conhecida como “comedora de carne”. Os médicos do hospital pediátrico da Universidade da West Virgínia (WVU), nos EUA, submeteram Olivia Kiger-Camilo a três cirurgias para remover o organismo invasor e reparar alguns tecidos internos que já tinham sido “comidos” por ele.
O caso ocorreu na semana passada, após a bactéria invadir o organismo de Olivia por meio de um corte no pé e fazê-la desenvolver uma condição grave e rara chamada fasciíte necrosante, que tem alta taxa de mortalidade. A infecção, causada pelas bactérias que se movem rapidamente pelo corpo, atacam a pele e os tecidos moles, como músculos, nervos, gordura e vasos sanguíneos.
Em casos graves, e se não forem tratados, a bactéria pode causar um “desligamento de órgãos”. Assim como ocorreu com Olivia, a entrada dessa bactéria no corpo pode ocorrer por meio de cortes e arranhões, queimaduras, picadas de insetos, perfurações e até mesmo feridas cirúrgicas.
Os médicos alertaram a mãe da garota, Rebecca Kiger, que se ela demorasse um pouco mais para levar a filha ao hospital ela teria “sequelas severas” ou até mesmo morrido. “Se você sentir uma dor desproporcional à sua lesão, procure um médico imediatamente.
A dor insuportável é um dos sintomas da fascite necrosante. Se eu não tivesse levado a sério a dor da Olivia, ela estaria morta — e tudo ocorreu em apenas um dia”, aconselhou a mãe da garota em um post no Facebook.
Na sexta-feira (18/3), ela foi submetida a várias cirurgias e colocada em um respirador. Agora, ela está livre da bactéria, mas precisará reparar alguns tecidos. A adolescente passará por um procedimento de enxerto de pele nesta quinta-feira (24/3).
Enquanto aguardam a recuperação total, a família vive momentos de guerras diárias. Rebecca contou que a filha passou por “momentos difíceis” após a retirada dos opióides — medicamentos usados para tratamento de dor. A mãe aproveitou a situação para alertar outros responsáveis para o grau de dependência das drogas, que foram popularizadas entre dependentes químicos nos EUA.
“Foi horrível! Ela parecia doente, estava congelando, as pupilas dilatadas. Ela disse que o corpo dela não conseguia desacelerar. No domingo, ela estava com um zumbi, meio catatônica. Se é isso que acontece com opiáceos num ambiente de hospital, controlado, em apenas cinco dias, pensa só como é com os usuários de oxy, que destruiu a vida de tantas pessoas”, pontuou.
Correio Braziliense
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