Em meio a uma possibilidade de greve de caminhoneiros no País, o Ministério da
Infraestrutura e a Polícia Rodoviária
Federal (PRF) divulgaram comunicado no qual informam que, às 11h30
desta segunda-feira, 26, todas as rodovias federais, concedidas ou sob
administração do Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes (DNIT), encontram-se com o livre
fluxo de veículos.
Durante a madrugada e início da manhã, a PRF reportou ocorrências envolvendo
aglomerações às margens de rodovias e algumas tentativas de retenção em 6
Estados. Todas foram debeladas com a chegada de efetivos da PRF ou de
autoridades locais. Segundo o governo, até as 7h30 desta segunda, o volume de
ocorrências era 3 vezes menor do que o registrado no mesmo período do dia 1º de
fevereiro de 2021, data da última tentativa de mobilização. Para as 11h30, o
cenário, de acordo com o Ministério da Infraestrutura, em todos os terminais
portuários "sob gestão federal, privada ou delegada" estava sem restrição de
operação.
O Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas
(CNTRC) é um dos organizadores da paralisação de caminhoneiros, chamada
para domingo, 25, Dia Nacional do Motorista. A realização da greve, contudo, não
é unanimidade entre os representantes dos transportadores rodoviários.
Entidades como Associação Brasileira dos Condutores de Veículos
Automotores (Abrava), Federação dos Caminhoneiros Autônomos de
Carga em Geral do Estado de São Paulo (Fetrabens-SP) e o
Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Estado de
São Paulo (Sindicam-SP) decidiram não participar dos atos. A
Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), que representa 800
mil caminhoneiros autônomos, não orientou seus associados sobre a adesão ao
protesto.
O ministério relata, ainda, que cerca de 20 manifestantes portando faixas
realizam manifestação pacífica na entrada do Porto de Santos, no litoral
paulista. "O trânsito permanece liberado com acompanhamento de autoridades
locais e a operação dos terminais segue normalmente", diz a nota.
De acordo com o Grupo CCR, que administra várias rodovias pelo Brasil, não há
bloqueios nos seguintes trechos de concessionárias: NovaDutra, que liga São
Paulo e Rio de Janeiro; AutoBAn, conexão de São Paulo à região de Campinas,
SPVias, ligação entre São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul; ViaOeste, que
conecta a capital paulista ao oeste do Estado de São Paulo; RodoAnel,
responsável pelo trecho oeste do Rodoanel Mario Covas; ViaCosteira, que faz
conexão entre Santa Catarina e a divisa do Rio Grande do Sul, ViaSul, no Rio
Grande do Sul; RodoNorte, que compreende principalmente a região do Paraná;
MSVia, que cruza o Mato Grosso do Sul; ViaLagos, que liga Rio Bonito a São Pedro
de Aldeia, no Rio de Janeiro.
Porto de Santos
A entrada e saída de caminhões no Porto de Santos seguiu normal na manhã
desta segunda-feira, informou a Autoridade Portuária de Santos (SPA), em nota
enviada ao Estadão/Broadcast. Segundo a SPA, empresa que
administra o cais de Santos, não há interrupção no fluxo de veículos que acessam
o terminal, apesar de protestos pontuais serem registrados no entorno do
terminal.
A SPA afirmou que, na margem direita do terminal, entrada do Porto por
Santos, cerca de 20 manifestantes carregando faixas realizam manifestação
pacífica. "O trânsito permanece liberado, com acompanhamento de autoridades
locais, e a operação dos terminais segue normalmente", disse a SPA. Na margem
esquerda, região de Guarujá, o acesso ao porto ocorre normalmente, pela Rodovia
Domênico Rangoni.
Os atos próximos ao terminal portuário de Santos são realizados de forma
isolada por transportadores autônomos, segundo o Sindicato dos Transportadores
Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista e Vale do Ribeira (Sindicam).
No domingo, o presidente do Sindicam, Luciano Santos, afirmou à reportagem que a
entidade ainda avalia a adesão ao movimento e que "não apoia e nem desapoia" os
atos. "Na sexta-feira (23), fomos procurados por alguns motoristas autônomos.
Avaliamos as reivindicações e pedimos um prazo até quarta-feira para tomar a
decisão", disse Santos. Segundo ele, manifestações isoladas de transportadores
autônomos da região tendem a não afetar a operação dos portos de Santos, Guarujá
e Cubatão.
Transportadores rodoviários ligados aos terminais portuários da Baixada
Santista pedem a instalação de um posto fixo da Agência Nacional de Transportes
Terrestres (ANTT) no Porto de Santos para fiscalizar o pagamento do frete mínimo
pelas empresas que atuam no cais. O atual patamar do valor do óleo diesel e o
não cumprimento da tabela do frete rodoviário também são citados entre as
reclamações dos transportadores, segundo o presidente do Sindicam da região.
/ COM INFORMAÇÕES DE AGÊNCIA ESTADO, FELIPE SIQUEIRA E ISADORA
DUARTE